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Jornalista e roteirista de TV.

Hostilidade, despreparo e demissão no Ministério da Igualdade

'Abjeto' é o mínimo que se pode dizer do comportamento das assessoras

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Hostilidade gratuita, falta de decoro, despreparo para o serviço público. Não é preciso esforço para enquadrar o comportamento de assessoras do Ministério da Igualdade Racial durante viagem oficial à final da Copa do Brasil, em São Paulo. Abjeto, no mínimo.

Na pauta, a assinatura de um protocolo de intenções contra o racismo no futebol. Na prática, servidores deslumbrados e sem postura profissional na audiência do jogo entre São Paulo e Flamengo. Marcelle Decothé, exonerada nesta terça (26), dava expediente na pasta comandada por Anielle Franco e usou as redes sociais para, numa tacada, debochar da torcida são-paulina, dos paulistas, da diretoria do Flamengo, da CBF e da Polícia Federal.

Como cidadã, tem direito de tripudiar sobre o que quiser. Como integrante de um ministério, não. O problema de viver em bolhas é acreditar que sua percepção de mundo é o que norteia o senso comum, daí mandar às favas a ética e os protocolos exigidos de representantes do governo. Tanto que parte da bolha petista endossa o discurso da agora ex-assessora que trata cidadãos que pagavam seu salário como "descendentes de europeus safades". Ou que desdenha da escolta da polícia que garantiu sua segurança como uma "morte horrível".

Marcelle Decothé, chefe da assessoria especial da ministra Anielle Franco, chama diretoria do Flamengo de fascista - Reprodução

O cordão do passa-pano também estava de prontidão para defender o uso do avião da FAB e atribuir as críticas ao racismo e ao machismo, apontados por parlamentares de esquerda e pela própria Anielle Franco. Para a ministra, "é inacreditável" que seja questionada, ainda mais que "abriu mão de estar com suas filhas num domingo". "O que de fato incomoda?", questiona.

Não vi nenhuma objeção à ação do governo para melhorar o ambiente esportivo. Alguém viu? O que incomoda, além da zoeira de membros da comitiva, é a ministra achar que não deve satisfações, a cartada dos sacrifícios da maternidade e a falta de esclarecimento sobre uso do aparato da Aeronáutica.

Precisava mesmo?

Torcida do São Paulo no estádio do Morumbi na final contra o Flamengo - Adriano Vizoni/Folhapress

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