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O ministro mordeu a isca lançada pelo lunático

E agora Moraes dança no baile de Musk

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O ministro Alexandre de Moraes caiu feito pato na provocação de um lunático, passivo-agressivo, narcisista. Elon Musk é tudo isso, mas foi infinitamente mais inteligente ao jogar uma isca manjada nas redes sociais, a provocação, mordida em pleno domingo por um dos integrantes do Supremo Tribunal Federal.

A regra não escrita na etiqueta do X (ex-Twitter) para lidar com haters, biscoiteiros e desocupados é simples: ignore. Por mais que tenha razão, por mais que esteja amparado na lei, por melhor que sejam seus argumentos, jamais dê palco para maluco dançar, em hipótese alguma amplie a voz de baderneiros. É o que Moraes fez ao responder, ainda que judicialmente, à incitação feita por Musk, que, agora, dá o baile que gostaria. E o ministro dança.

Integrantes do STF não deveriam nem ter conta em redes sociais. A distância evitaria que se deixassem seduzir pela bajulação, que fossem influenciados pelos ânimos dos usuários das plataformas e pela falsa sensação de poder inquestionável ou, pior, que caíssem em armadilhas plantadas por quem é muito mais hábil nas artimanhas do mundo digital.

A maioria de nós, ao tropeçar na virulência da internet, talvez troque grosserias de que se arrependa. Moraes se atropelou, incendiou o debate num lugar em que ele é impossível e deu munição à extrema direita, sem avançar um milímetro nas discussões sobre fake news, discurso de ódio e a responsabilidade das big techs, incluindo o cercadinho de Musk. A regulamentação das redes é urgente, ao contrário da treta com o anarquista cibernético.

O resultado é que o STF está tomando pau da opinião pública, como atesta pesquisa da Quaest, com 68% de críticas à Corte. Se o ministro tivesse ignorado a provocação de Musk, o assunto teria rendido algumas horas nos trendings topics do X e só. Zé fini, como diria um amigo. C’est fini, em bom francês. Em pouco tempo a pauta seria uma subcelebridade qualquer. A vaidade é muito traiçoeira.

O dono do X, Elon Musk - Gonzalo Fuentes/Reuters

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