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Brancas ganham mais do que negros

Incentivos à contratação de homens negros em empresas são pífias

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O relatório sobre Transparência Salarial, feito pelo Governo Federal, revelou que a desigualdade maior é de etnia, não de gênero. Negras ganham, em média, menos do que homens e mulheres não negros (brancos, amarelos e indígenas), mas negros têm remuneração e salário de admissão menores do que as não negras.

As informações divulgadas em ocasião do Dia Internacional da Mulher deram ênfase maior à pauta que tem sido mais debatida, a necessidade de combater diferenças entre gêneros quando estes exercem os mesmos cargos, as mesmas funções, com a mesma produtividade.

O levantamento do governo vai além dos critérios de remuneração usados pelas empresas, mostra se elas têm políticas de incentivo à contratação de mulheres e para promoção a cargos de chefia e se há incentivo à divisão de obrigações familiares, incluindo a criação dos filhos. Esses dados são importantes porque atestam a força que o machismo exerce no mercado de trabalho também por meio de fatores atrelados indiretamente ao desenvolvimento profissional feminino.

Mas há outro desafio, o da etnia. Mulheres negras ganham 33,3% a menos do que as não negras, que, por sua vez, têm salários 18,4% maiores do que os homens negros (pretos e pardos). A generalização das diferenças por gênero acaba por não dar a visibilidade necessária ao racismo no mundo corporativo. Essa equação é ainda mais complexa do que o machismo porque o abismo que separa a população negra de profissões, de cargos com melhores salários e de produtividade, além do preconceito, ainda é a formação.

Políticas de diversidade são importantes. Só 32,6% das empresas têm incentivo à contratação de mulheres, com grupos específicos de negras, são 26,4%. Para homens negros, as iniciativas são pífias. Essa situação, em que o racismo se sobrepõe ao machismo, mostra a complexidade do combate à desigualdade. Nós, feministas brancas, não podemos ignorar isso.

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