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É jornalista e vive em Londres. Cobriu sete Olimpíadas, duas Copas e Champions. Mestre e professora de jornalismo esportivo na St Mary’s University

Descrição de chapéu Todas paralimpíadas

O que esperar do esporte paralímpico até Los Angeles-2028

Se a boa gestão continuar, poderemos esperar um desempenho ainda melhor do Brasil

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Poucas horas antes do encerramento dos Jogos Paralímpicos de Paris, no último domingo (8), a confirmação de que o Brasil havia terminado pela primeira vez entre os cinco primeiros no quadro de medalhas encheu muita gente de orgulho, inclusive esta colunista.

Com o quinto lugar, melhor campanha da história, com 89 medalhas sendo 25 de ouro, o Brasil quase superou a Holanda, quarta colocada, com 56 medalhas, 27 de ouro. E chega cada vez mais perto dos Estados Unidos, que terminaram em terceiro, com 36 medalhas de ouro, 105 no total. China e Grã-Bretanha, líder e vice-líder, há alguns anos se consolidaram como superpotências paralímpicas, assim como os norte-americanos.

Os dez primeiros colocados nos Jogos Paralímpicos Paris-2024 - Folhapress

A belíssima campanha brasileira não é à toa e combina a boa gestão do Comitê Paralímpico Brasileiro, a excelência dos nossos atletas e uma política eficiente de busca de futuros talentos através de iniciativas como as paralimpíadas escolares. Se tudo isso continuar, poderemos esperar um desempenho ainda melhor do Brasil em Los Angeles-2028.

Jerusa Geber dos Santos e seu guia, Gabriel Aparecido dos Santos Garcia, com a medalha de ouro dos 200 metros categoria T11 - Xinhua

E de que outras formas o esporte paralímpico pode seguir crescendo nos próximos quatro anos? Pensando de forma global, se os Jogos Olímpicos celebraram a quase paridade entre o número de competidores homens e mulheres, nos Paralímpicos há um caminho maior a ser percorrido rumo à igualdade de gênero. A evolução vem acontecendo, no entanto.

Cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos Paris-2024 - AFP

Segundo números divulgados pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), dos 4.400 atletas que competiram em Paris, 45%, ou 1.983, eram mulheres. A marca superou o recorde de Tóquio-2020 (42%) e é mais que o dobro do que Sidney-2000. Mas ainda há mais eventos de medalhas para homens –314 contra 235. São oito a mais no feminino do que na última edição, mas há disparidades, por exemplo, em esportes como o futebol de cegos, disputado só no masculino.

Os países vêm aumentando o número de atletas mulheres em suas delegações. Caso do Brasil, que teve em Paris a maior participação feminina até hoje. Dos 255 competidores, 117 eram mulheres. Isso representa quase 46% do total, mesma porcentagem atingida pela equipe britânica. A Inglaterra tem um time feminino de futebol de cegos desde 2022 e certamente apoiaria disputas no feminino em Paralimpíadas. Quem sabe em Brisbane em 2032?

Entre as novidades no programa paralímpico para 2028, recentemente o IPC confirmou a inclusão da escalada. Isso significa que Los Angeles terá 23 esportes.

A fim de que o paradesporto siga evoluindo, é fundamental que a cobertura na imprensa continue, como escrevi na coluna da semana passada intitulada: "O esporte paralímpico não pode ser visto só a cada quatro anos." Isso, claro, serve para os esportes olímpicos também.

Mal acabaram os Jogos de Paris e neste fim de semana já temos disputas no atletismo na Diamond League, no Grand Prix de Judô, na Copa Davis (tênis), na Copa do Mundo de Canoagem Slalom, no Mundial de Skate, apenas para citar algumas competições internacionais. Será que esses torneios terão a divulgação que merecem? Possivelmente não.

Sem atenção e investimento adequados, como cobrar medalhas daqui a quatros anos? Os próximos ciclos olímpico e paralímpico acabam de começar.

Ao mesmo tempo, para os atletas, Los Angeles-2028 está logo ali.

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