Siga a folha

Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autora de "A Invenção de uma Bela Velhice"

Depois de anos de casamento, o príncipe se transforma em sapo?

Mulheres sentem falta de reciprocidade e intimidade; homens se queixam das exigências femininas

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Nas relações amorosas que tenho pesquisado nas últimas três décadas, as mulheres se revelam mais insatisfeitas do que os homens. Uma das maiores insatisfações femininas é a falta de reciprocidade. Elas acreditam que investem, muito mais do que eles, no sucesso do relacionamento, em termos de tempo, dedicação, energia, atenção, conversa, escuta, comprometimento, cuidado, fidelidade etc.

Elas também reclamam de falta de intimidade. Para elas, a intimidade é uma forma profunda de comunicação, de confiança e de entrega emocional. 

Uma professora, de 41 anos, disse que o marido não sabe o que é intimidade.

“Meu marido acha que intimidade é ficar de porta aberta quando vai ao banheiro e não ter vergonha de soltar um pum na minha frente, andar pelado em todos os cômodos da casa e ficar abraçadinho depois de transar. Não tem a menor noção do que é uma verdadeira intimidade.”

Já os homens afirmam que o principal problema nas relações é a falta de compreensão. Eles se sentem injustamente cobrados por não conseguirem atender às excessivas demandas das mulheres. Afirmam que não são compreendidos por elas, que, sempre insatisfeitas, não reconhecem seus esforços para responder às ilimitadas —e muitas vezes contraditórias— exigências femininas.

Um engenheiro de 62 anos conta que a esposa quer que ele seja igualzinho ao que era no início do namoro. 

“Nos conhecemos em um baile de Carnaval. Fiquei completamente apaixonado. Ela era uma princesa linda. Hoje, é um poço de insatisfação. Reclama o tempo todo que eu mudei, que não sou mais romântico como era, que não faço mais declarações de amor e não dou beijo na boca. Lógico que no início da paixão só mostramos o que temos de melhor. Vestimos a fantasia de príncipe encantado para conquistar a amada. Mas não dá para ser príncipe depois de 40 anos de casamento, não é mesmo? Logo ela descobriu que eu sou um sapo.” 

 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas