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'Tá tudo muito ruim, cara', diz Zeca Pagodinho, anunciando que vai 'diminuir o ritmo'

Cantor diz que tem tanto compromisso que todo mundo gasta o dinheiro de seus shows, menos ele mesmo

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Com 61 anos completados em fevereiro, o cantor Zeca Pagodinho quer diminuir o ritmo no qual deixa a vida levá-lo. “Quero viver a minha vida, o meu neto”, afirma ele, que também se diz “desanimado” com o Brasil. “Tá tudo muito ruim, cara. Só tá deixando a gente triste.”

O artista foi uma das atrações do Camarote Bar Brahma, no Anhembi, na madrugada de domingo (23), na segunda noite de desfiles de escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Ele recebeu a coluna em seu camarim antes de se apresentar.

Estão fazendo um filme sobre a sua vida, certo? Dizem, né? Estou só esperando. 

Dá pra botar uma vida dessas num filme? Duas vidas! 

Quais seriam os melhores momentos? Aí eu não vou me lembrar. Vou ter que ler o roteiro para te dizer. 

Mas se você pudesse sugerir melhores momentos para o filme, quais seriam? [Zeca fica quieto. A assessora sugere "o da Copa, talvez? 'Deixa a Vida Me Levar’”, referindo-se ao tema da Copa de 2002]. É. O "Deixa a Vida Me Levar". Eu não entendo muito disso, não. Eles estão fazendo aí mas eu mesmo só vou ver o filme quando ele estiver pronto. 

​​Que ator você gostaria que interpretasse o Zeca Pagodinho? Não conheço ninguém a não ser eu mesmo. E eu não ia querer fazer isso. 

Por quê? Ah, porque não levo jeito pra isso. 


O que está achando do Carnaval? As pessoas perguntam: ‘O que você está achando das escolas?’ Eu não consigo ver nada [por causa do assédio de fãs e agenda sempre cheia de compromissos profissionais].

Pensa em diminuir o ritmo? Penso e vou. Diminuir um pouco, cara. Estou com 61 anos, quero viver. Viver a minha vida, o meu neto. Estou trabalhando há 35 anos. Não dá pra ficar fazendo cinco, seis shows por mês. Aí todo mundo [vai] gastando o meu dinheiro e eu mesmo… Né? Eu mesmo não gasto isso tudo. Ué, não vou a lugar nenhum. Qual é o meu luxo? Tomar um vinho e uma cerveja. A cerveja, a Brahma me dá.

E o Brasil, como você está vendo? Tá tudo muito ruim, cara. Só tá deixando a gente triste. As crianças sem escola, sem hospital. Não tem nada. Aí vem agora uma meia dúzia de bobão falando do Cacique de Ramos [o bloco carioca foi criticado em redes sociais por usar fantasias de indígenas]. Tô desanimado. 

E o que deseja para o futuro? Um mundo melhor, né? Porque do jeito que tá, não tem futuro. Um monte de moleque na rua jogando bolinha. Daqui a dez anos vai ser o quê? A gente tem filhos, neto... Como é que vai ser pro meu neto, pra minha filha? 

com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO 

 

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