Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
Prisão de pesquisador de primeira linha causa perplexidade na Fiocruz
Guilherme Franco Netto é referência na área ambiental
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A prisão do médico e pesquisador Guilherme Franco Netto, acusado de participar de um esquema de direcionamento de contratos na área de saúde, causou perplexidade na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz): ele é considerado um quadro de primeira linha da instituição, um nome respeitado no Brasil e no exterior na área de sustentabilidade e responsável por estudos essenciais, como o impacto do desastre da mineradora Vale em Brumadinho e as consequências do surgimento de manchas de óleo no litoral nordestino para as comunidades atingidas.
Franco Netto foi preso na operação Dardanários, que investiga desvios na área de saúde e atingiu também o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy.
De acordo com cientistas da Fiocruz ouvidos pela coluna, Franco Netto, que desenvolve trabalhos vinculados à vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da fundação, é referência na área e sempre foi considerado um pesquisador sério.
Ele chegou a atuar no México como consultor de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental da Organização Pan-Americana de Saúde.
Franco Netto manteve relacionamento estável com a presidente da Fiocruz, Nisia Trindade. Os dois hoje estão separados.
Integrantes da Fiocruz se dizem incrédulos com a possibilidade de envolvimento do pesquisador em desvios. E também apreensivos. Eles esperam por informações mais claras dos investigadores para entender se, e como, o pesquisador praticou algum ato ilícito.
Franco Netto é médico com especialização em saúde pública e doutorado em epidemiologia pela Tulane University of Louisiana. Fez também pós-doutorado no departamento de medicina preventiva e social da Faculdade de Medicina da Unicamp.
Sempre ligado à área pública, ele foi médico concursado do Ministério da Saúde e também entrou na Fiocruz por concurso.
Ocupou cargos técnicos na Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, na Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e foi diretor do departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do trabalhador do Ministério da Saúde entre 2007 e 2013.
A Fiocruz divulgou uma nota no fim da tarde desta sexta sobre o assunto. Leia a íntegra:
"A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi surpreendida na manhã desta quinta-feira (6/8) com a informação veiculada pela imprensa sobre a prisão do pesquisador Guilherme Franco Neto. A Fiocruz é rigorosa em seus mecanismos de controle e transparência inerentes ao sistema de integridade pública. O pesquisador Guilherme Franco é concursado e é um especialista de referência das áreas de saúde e ambiente, com extensa lista de contribuições à Fiocruz e à saúde pública. Diante das circunstâncias e como procedimento regulamentar, a instituição instaurou procedimento apuratório interno. A Fiocruz defende o princípio constitucional de presunção de inocência, tem convicção de que os fatos serão devidamente esclarecidos e está dando todo apoio necessário ao seu servidor, em contato direto com a família."
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