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Com rodovia asfaltada colapso em Manaus seria ainda maior, diz cientista

Doutorando do Inpa rebate prefeito da cidade que atribui falta de estradas a 'sentença de morte'

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Um cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) contesta a afirmação do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), de que a falta de estradas de acesso à cidade "é uma sentença de morte" para pacientes da capital amazonense em meio à falta de oxigênio na rede hospitalar da cidade.

"Estando a rodovia asfaltada, haveria um colapso ainda maior [na cidade]", afirma Lucas Ferrante, doutorando do programa de biologia do (Inpa). "O que se observa é o prefeito usando um engodo, uma justificativa para o problema, como lobby para o asfaltamento de uma rodovia ambientalmente e economicamente inviável que agravaria essa situação da pandemia."

Nesta sexta (15), o Almeida disse à coluna Painel, da Folha, que “esse isolamento nos torna distantes e diferentes, não temos acesso ao resto do Brasil e isso, neste momento, é uma sentença de morte",

"Se tivéssemos a estrada não estaríamos passando pelo que estamos passando”, emendou ele, referindo-se à BR-319, cujo calçamento é alvo de preocupação de ambientalistas.

Manaus é acessível apenas por avião ou barco.

"Toda estrada na Amazônia promoveu uma maciça migração para os pontos que foram interligados [pelas vias]. Determinados municípios chegaram a quintuplicar de tamanho em menos de dez anos quando foram ligados por estradas", diz Ferrante.

De acordo com o cientista, a "migração massiva" que teria ocorrido para Manaus caso a BR-319 estivesse pronta teria dois impactos negativos "extremamente grandes" na capital amazonense.

"O primeiro ponto é que [o fluxo de chegada de novos habitantes] agravaria a situação do sistema público de saúde", argumenta ele.

"O segundo problema é a disseminação para o resto do país dessa nova cepa que surgiu em Manaus, que tem um isolamento maior. Via BR-319, essa cepa se espalharia não apenas para comunidades indígenas, causando um genocídio, como para o resto do Brasil."

"Então o isolamento de Manaus hoje diminuiu as chances dessa nova cepa se espalhar para o país e também impediu que a migração que viria pelas estradas agravasse o problema do sistema público de saúde", conclui Ferrante.

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