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'Agora é pelo menos R$ 40 mil para um story', diz GKay depois de sucesso da Farofa

Influenciadora afirma que perdeu a conta de quantos beijos deu na sua festa de aniversário de 29 anos e conta que no único lugar em que celulares eram proibidos, viu convidados brincando com algemas: 'Queria trazer esse mundo de fantasia'

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Acostumada com a rapidez do mundo digital, Gessica Kayane Rocha de Vasconcelos, a GKay, escuta gravações de voz do Whatsapp na velocidade máxima e está frequentemente descendo a tela do celular para ver o feed do seu Instagram —onde acumula mais de 17 milhões de seguidores.

A influenciadora, humorista e atriz paraibana quase não larga o celular enquanto finaliza o cabelo, recebe o maquiador e aguarda o personal stylist em sua casa alugada no bairro Cidade Jardim, em São Paulo.

"Eu gosto de ficar que nem a Kylie Jenner [influenciadora da família americana de socialites Kardashian]", diz GKay. Em seguida, envia um áudio para o stylist. "Tem que mandar [referência] das Kardashians. A [cantora] Rihanna tá velha"​, debocha, rindo. O profissional tinha enviado uma foto da artista como inspiração para a maquiagem.

A influenciadora digital Gkay em sua casa, em São Paulo - Eduardo Knapp/ Folhapress

"Essas divas ultrapassadas, Rihanna, Madonna, passaram. A nova geração somos eu, Luara [Fonseca, youtuber], Deolane [Bezerra, advogada e influencer] e Kylie", continua a brincar a influenciadora.

Ela recebeu a coluna em sua casa, uma semana após as redes sociais terem sido tomadas por comentários sobre a sua festa de aniversário de 29 anos, a Farofa da GKay.

Com exceção das estrelas internacionais, todas as pessoas citadas por ela estavam entre os 300 convidados da festa. O evento, no Marina Park Hotel, em Fortaleza, durou três dias —com tudo liberado.

"Comida, frigobar, salão de beleza, spa, bronzeamento, customização de abadá, tudo", diz GKay. "Só não ofereci passagem porque aí o povo quer demais", ri.

A festa teve shows de Alok e Wesley Safadão, entre outros. Os convidados postaram vídeos, fotos e faziam transmissões em tempo real. O evento virou uma espécie de reality show de subcelebridades e influenciadores que se beijavam e bebiam sem pudor.

Seguidores do lado de fora da Farofa acompanhavam tudo pelas redes e compartilhavam o conteúdo, que viralizou. O evento teve uma audiência de 66 milhões de pessoas no Instagram, segundo uma contagem realizada por Galileu Nogueira, fundador da consultoria de Branding Influxo&CO, com base no número de seguidores dos convidados.

"Eu não queria que tivesse nenhum veículo tradicional. Só chamei sites de fofoca, para mostrar a força que a internet tem. Há tanta coisa que o mundo digital pode oferecer", afirma GKay.

As câmeras eram proibidas em só um local: a sala escura montada para o pós-festa quando, ao amanhecer, o evento principal já estivesse perto do fim. Um segurança ficou na porta para garantir o cumprimento da regra.

"Sonhei em fazer esse quarto ‘50 Tons de Cinza’, todo escuro com luz vermelha, artefatos de sadomasoquismo e uma cama", diz a influenciadora. "Queria trazer esse mundo de fantasia que desperta nosso imaginário. [Sem o celular] o pessoal ficou mais livre."

O dark room tinha brinquedos sexuais como vibradores e chicotes. "Um amigo ficou meia hora preso a uma algema. Vi muita mulher beijando mulher e muita gente brincando com chicote, com fantasias."

GKay afirma que não consegue contabilizar quantos beijos deu. E revela que viu mais movimentação por parte da mulherada. "Chamei os boys e eles ficavam parados com medo das meninas. Elas estão com muito mais atitude."

Dark room da Farofa da GKay - Leo Franco 6.dez.2021/AgNews

Ela organiza a Farofa desde 2017. Em 2020, o evento foi suspenso por causa da pandemia. Neste ano, GKay só bateu o martelo sobre ele 20 dias antes da data escolhida. E acertou os detalhes da festa enquanto gravava um filme de Natal da Netflix em que contracena com Vera Fischer.

GKay gastou R$ 2,8 milhões na organização da Farofa. Ela diz que fez parcerias com marcas: por meio de permutas ou de publicidade, conseguiu cobrir 20% das despesas da festa.

Sua reserva financeira, conta, vem das ações de publicidade que faz nas redes sociais. Além do Instagram, ela tem mais de 1 milhão de inscritos em seu canal no YouTube. E já superou a marca dos 17 milhões de seguidores no TikTok.

"A Farofa também é um grande investimento na minha carreira e imagem. É como se eu fosse uma cantora e gastasse milhões em um clipe."

Imagem que ficou mais valiosa após a repercussão da festa. "Amor, agora é pelo menos R$ 40 mil para um story", diz, referindo-se a filmes rápidos do Instagram, deletados em 24h. "Se quiser feed [publicação que permanece na página da pessoa], vai ter que batalhar para a gatinha aqui fazer, que ela tá requisitada", ri.

Ela é agenciada pela Non Stop Produções e pela Mynd, empresa especializada em marketing de entretenimento. "As pessoas acham que minha maior fonte de renda é a Netflix, mas não é. [O trabalho com a plataforma de streaming] é uma coisa voltada para a minha carreira e para o meu grande sonho que sempre foi ser atriz."

A Farofa vai virar um documentário, que já está pronto. GKay também recebeu "muitas propostas" para transformar o evento em um festival aberto ao público. "Eu ainda estou analisando as opções e pensando. Mas, já soltando um spoiler, talvez venha alguma coisa aí para o Carnaval."

A influenciadora tem três celulares para conseguir gerir sua vida online. "Um é para questões financeiras. Os outros dois são para conteúdo."

"Sou a única que mexe nas minhas redes sociais. Por isso, às vezes sou cancelada. Mando o povo ir lá para aquele lugar que a gente sabe. Não tem nem a desculpa de dizer que foi a assessoria", diz. Pamela Barbosa, que trabalha com ela há quase quatro anos, confirma: "É assim, sem filtro".

Um dos cancelamentos que GKay sofreu foi por convidar os participantes eliminados do BBB21 para um encontro em sua casa. Naquela época, não havia vacinas para todos e o país batia recorde de mortes. "Não me arrependo de nada. Acho que quiseram descontar em mim uma rivalidade de torcida."

GKay diz que nunca teve medo de se posicionar, inclusive contra o atual governo de Jair Bolsonaro. "Alguém tem que tirar esse homem do poder, nem que seja à força", diz.

"Eu sempre dei muitas opiniões, mas eu acho que as pessoas têm que ter livre arbítrio. Ninguém tem que fazer nada. Tem gente que nem entende muito de política para se posicionar. Mas acho que, no atual momento, quanto mais gente fizer isso, melhor", continua.

GKay se mudou da Paraíba para SP há quatro anos. Ela divide a casa com seu gato branco Gigico, da raça persa. O espaço veio decorado com móveis modernos e cinzas, uma mesa de centro espelhada, uma prateleira preta que quase alcança o teto, além de um piano —que ela não toca.

GKay e seu gato Gigico - Eduardo Knapp/ Folhapress

"Tenho o meu apartamento aqui, mas prefiro alugar. Vou encontrando lugares mais legais e me mudo. Adoro esse estilo meio preto e branco [da atual casa]. Mas pode ser que mude de ideia e daqui a um mês já esteja em outro lugar."

Ela afirma que é vaidosa para "algumas coisas". "Não tenho essa de só sair de casa maquiada. Mas eu coloquei peito, fiz lipo, nariz. Eram coisas que eu tinha desejo de fazer desde jovem. Queria trocar o peito, colocar um menor. Não porque não gostava [deles], mas bateu [vontade], sabe?"

Nascida em Solânea, no interior da Paraíba, GKay não tinha a vida que hoje lhe permite falar em mudar de casa ou de peito como se fosse algo simples como trocar de sapatos. "Meu pai vendia leite e gado, era agropecuarista. Minha mãe se dedicava à casa e aos filhos. Eu não tinha pra onde correr, não. Era eu ou eu."

Gkay saiu do interior e se mudou para João Pessoa quando passou no vestibular. "Meu pai me ajudou com as despesas básicas e comecei a trabalhar muito jovem em shopping, em loja de departamento, entregando panfleto. Fazia de tudo."

Ela começou a gravar vídeos de humor em seu quarto e criou uma conta no YouTube. O apelido foi inventado por um amigo. "Ele dizia que odiava o meu nome. Que era horrível, não tinha fonética." Juntou nome e sobrenome. E nasceu a GKay.

A influenciadora lançou sua primeira turnê de stand-up pelo Nordeste em 2017. "Não era uma uma paixão. Mas eu fui jogada naquele mundo e foi bom", diz. GKay revela que pretende voltar aos palcos. "É uma coisa que meu público espera de mim. E eu não gosto de decepcioná-lo."

A influenciadora GKay - Eduardo Knapp/Folhapress

Ela defende que há limites para o humor. "Piada com gordo, gays ou trans eu vejo como ofensa. É preconceituoso. Sofri muito por ser mulher e nordestina", diz. "Sentia que as pessoas queriam me colocar nesse lugar da gostosa e burra. Ou da humorista feinha."

Ao lado dos amigos e humoristas Whindersson Nunes e Tirullipa, filho do deputado federal Tiririca (PL-SP), ela representa um movimento crescente de humoristas do Nordeste. "Somos bons contadores de história. É mais uma prova de que a galera quer nos ouvir."

GKay afirma que seu nome ainda vai "rodar muito por aí". "Finalizamos as gravações do especial de Natal que vai ser lançado na próxima Farofa. A série [outra produção da Netflix com Fernanda Paes Leme no elenco] deve sair em maio."

Ela diz que pretende fazer a festa de aniversário do próximo ano ainda maior —e com mais quartos como a sala escura. "Muita gente me sugeriu fazer o evento em um navio. Mas talvez ele continue em terra firme por mais um ano."

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