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Vice de Soraya, Marcos Cintra tem conta suspensa no Twitter ao incendiar grupos com suspeitas sobre as urnas

Dados divulgados por ex-secretário da Receita de Jair Bolsonaro nas redes foram reproduzidos em grupos golpistas por vir de pessoa "pública e famosa"

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O Twitter retirou do ar o perfil do professor Marcos Cintra (União Brasil-SP), da Fundação Getúlio Vargas.

A plataforma diz que apagou as postagens dele respondendo a uma demanda judicial.

Ex-secretário da Receita Federal no governo de Jair Bolsonaro, Cintra fez publicações em seu perfil na rede que alimentaram as afirmações golpistas em grupos bolsonaristas de que houve fraudes nas eleições presidenciais.

Cintra, que é economista e especialista em tributos e foi candidato a vice-presidente na chapa de Soraya Thronicke, afirmou que "verificou" por conta própria "dados do TSE" e afirmou não ver "explicação para o JB (Jair Bolsonaro) ter zero votos em centenas de urnas".

SÃO PAULO, SP, 12.08.2019 - Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque, ex-secretário especial da Receita Federal. (Foto: Charles Sholl/Brazil Photo Press/Folhapress) - Brazil Photo Press/Folhapress

Deu como exemplo estados de Roraima e São Paulo, onde Bolsonaro não teve votos em urnas específicas de cidades como Franca, Osasco e Guarulhos.

Cintra, que não é especialista em eleições nem em comportamento do eleitorado, viu os dados em redes sociais. Confirmou os números no TSE e jogou a questão em sua rede, sem estudos mais aprofundados e sem considerar as especificidades das microregiões em que estavam as urnas que colheram os votos.

O jornal "O Globo" publicou neste domingo (6) reportagem que mostra que Lula ou Bolsonaro tiveram todos os votos válidos em 147 seções eleitorais, apesar da polarização que se viu no país.

O placar foi favorável a Lula em 144 urnas, em especial em aldeias indígenas, comunidades quilombolas ou ribeirinhas.

Já Bolsonaro conquistou a unanimidade em três urnas eleitorais.

Nos locais onde estavam as urnas que registraram consenso pró-Lula, segundo a reportagem, 22 tinham "aldeia" no nome, 27, "comunidade", e outras 51, "povoado".

Em Quiterianópolis, no Ceará, por exemplo, os indígenas Tabajaras deram 100% dos votos a Lula.

Bolsonaro teve a unanimidade dos votos, por exemplo, num colégio do município de Chaves, no Pará.

Em seu Twitter, o professor da FGV afirmou que "quilombolas e indígenas não explicam esses resultados, sob pena de admitir que comunidades foram manipuladas".

Cintra afirma que o TSE deve explicações.

O ônus da prova, no Direito, é sempre é quem acusa. Mas Cintra afirma que não está fazendo fazendo qualquer acusação, mas apenas dirigindo uma "pergunta" à Corte.

"Acredito na legitimidade das instituições. Não admiti que o TSE seja cúmplice, no caso de descobrirem algum bug no sistema. Mas, sim, se tornará cúmplice se não se debruçar sobre esses fatos e esclarecer tudo", diz ele.

Em grupos bolsonaristas que pregam intervenção militar, as afirmações do professor da FGV foram reproduzidas como as de "pessoa pública, respeitada e famosa", que teriam credibilidade por ele ser "professor e PhD em Harvard".

A especialidade do professor, no entanto, é política fiscal e tributária.

Como candidato a vice-presidente, ele defendeu a criação do imposto único.

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