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Corregedoria deve propor cassação de vereador acusado de racismo em SP

Relator do caso recomendou perda do mandato do vereador Camilo Cristófaro, flagrado dizendo 'é coisa de preto' em sessão na Casa

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A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo deve votar pela cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante), acusado de racismo.

Em maio do ano passado, ele foi flagrado em uma sessão de CPI na Casa dizendo "não lavaram a calçada, é coisa de preto". A frase foi captada pelo sistema de som e a reunião foi interrompida.

Camilo Cristófaro, vereador de São Paulo, durante entrevista à Folha - Karime Xavier-5.out.2016/Folhapress

O vereador Marlon Luz (MDB), autor do relatório sobre o caso, protocolou o documento na Corregedoria na nesta segunda-feira (21). No seu parecer, ele recomenda a perda de mandato de Cristófaro por quebra de decoro parlamentar.

"A cassação do mandato parlamentar do vereador Camilo Cristófaro em razão da quebra de decoro parlamentar representa uma resposta firme e necessária diante de condutas que afrontam os valores democráticos e a confiança depositada pelos cidadãos em seus representantes", diz a decisão.

A votação do colegiado ocorrerá na quinta-feira (24). Depois, a decisão segue para apreciação em plenário pelos vereadores da Câmara.

A coluna conversou com membros da Corregedoria, que é composta por sete parlamentares. Entre eles, é dado como certo que o colegiado acompanhará o parecer do relator. A expectativa é que o placar pela cassação seja de 5 a 1 ou 4 a 2 —o presidente só vota em caso de empate.

O caso também corre na Justiça.

Neste mês, o juiz Fábio Aguiar Munhoz, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, absolveu o vereador em primeira instância. O magistrado entendeu que a fala do parlamentar foi retirada de um contexto de "brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação, de discriminação ou coisa que o valha".

Ele argumentou que a acusação deveria detalhar nos autos não apenas a fala do vereador, mas também provar a consciência e a vontade de discriminar. O Ministério Público de São Paulo recorreu da decisão.

No dia em que a frase foi gravada, Cristófaro inicialmente disse que a denúncia era mentirosa. Depois, admitiu ter dito a frase a um amigo chamado Anderson Chuchu e pediu desculpas. Após ter sido absolvido, Cristófaro afirmou que "venceu a justiça e a verdade".


À MESA

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi homenageado em um jantar no Armazém do Campo, que vende produtos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), na região central de São Paulo, na semana passada. O evento reuniu parlamentares e líderes de movimentos sociais. O dirigente do MST João Pedro Stedile e o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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