Siga a folha

Descrição de chapéu clima

Pobres, pretos e pardos são os que mais temem eventos climáticos extremos, diz Greenpeace/Ipec

Pesquisa foi realizada em todo o país e ouviu 2.000 brasileiros

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Uma pesquisa inédita do Greenpeace Brasil feita pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) revela que são os brasileiros mais pobres aqueles que mais temem a ocorrência de eventos climáticos extremos em suas cidades.

De acordo com o levantamento, 70% das pessoas das classes D e E afirmam se sentir inseguras em relação a desastres provocados por fatores climáticos, ante 56% daquelas que se encontram nas classes A e B. Entre moradores de periferias, esse índice é de 63%.

Lama derrubou casas e tomou as ruas por dias na Vila Sahy, na praia da Barra do Sahy, em São Sebastião - Adriano Vizoni - 1º.mar.2023/Folhapress

A desigualdade social também é evidenciada na percepção da sociedade sobre quem são os mais afetados pelos eventos extremos: 62% reconhecem que são as pessoas em maior situação de vulnerabilidade as mais atingidas.

Um recorte racial das respostas indica que a sensação de insegurança em caso de evento climático extremo é de 65% entre pessoas que se declaram pardas, 61% entre pretas e 60% entre brancas.

Se consideradas todas as respostas, 63% dos brasileiros dizem se sentir inseguros ou muito inseguros em relação a desastres ambientais em suas cidades.

"Os números do estudo reforçam nosso posicionamento de que o enfrentamento à emergência climática deve ser prioridade para o poder público", afirma o porta-voz de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos.

"Tragédias recentes em estados de diferentes regiões do Brasil são resultado da falta de políticas efetivas de prevenção, adaptação às mudanças climáticas e resposta aos eventos extremos. Não estamos lidando com um fato novo ou inesperado. Quantos mais precisarão morrer ou perder tudo para que os governantes garantam cidades seguras para todas as pessoas?", acrescenta.

A pesquisa ainda mostra que os brasileiros confiam pouco na capacidade das prefeituras locais em prevenir ou reduzir o impacto de desastres como enchentes ou deslizamentos de terra, com 67% dos entrevistados dizendo não confiar nada ou confiar pouco nas gestões municipais. Nas capitais, esse número é elevado para 77%.

A desconfiança, segundo o Ipec, é puxada por brasileiros de 25 a 34 anos, com 72%. O recorte por raça, por sua vez, mostra que 72% das pessoas pretas confiam pouco ou nada nas prefeituras, enquanto entre brancos a proporção é de 63%.

O maior índice de confiança, por outro lado, está entre entrevistados de 60 anos ou mais, com 26% deles afirmando confiar ou confiar muito na capacidade das prefeituras.

O levantamento feito pelo Ipec a pedido do Greenpeace Brasil foi realizado entre 1º e 5 de setembro deste ano e contou com 2.000 entrevistas presenciais realizadas em todo o território nacional. Foram ouvidas pessoas de 16 anos ou mais.

O estudo conduzido pelo Ipec integra uma pesquisa global realizada pelo Greenpeace Internacional em sete cidades do mundo, como São Paulo, Istambul, na Turquia, Bangalore e Delhi, na Índia, Nairobi, no Quênia, Jacarta, na Indonésia, e Bogotá, na Colômbia.


À MESA

O apresentador Luciano Huck participou do jantar beneficente em comemoração aos 30 anos da ONG Amigos do Bem, realizado no Espaço Unimed, em São Paulo, na semana passada. O casal de apresentadores Vera Viel e Rodrigo Faro e a empresária Luiza Helena Trajano também estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas