O Greenpeace Brasil lançará nesta quarta-feira (16) uma carta aberta destinada aos governadores de estados da Amazônia em que cobra soluções para o combate ao desmatamento e às queimadas no bioma. De acordo com a organização, os governantes não estariam cumprindo um acordo de preservação firmado em 2019.
"Infelizmente, ainda hoje, a floresta e seus povos são vítimas de uma visão ultrapassada de desenvolvimento, um olhar meramente exploratório, onde a floresta tem mais valor destruída que em pé", diz o documento, que será destinado aos governadores de Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
De acordo com o Greenpeace, os integrantes do Consórcio Amazônia Legal pactuaram um Plano de Recuperação Verde em 2019, com o objetivo de propor soluções para reduzir o desmatamento e levar desenvolvimento à região, mas não teriam iniciado ações para evitar a destruição do bioma.
A organização ambiental ainda destaca os avisos alarmantes feitos por cientistas de que a floresta amazônica estaria se aproximando de um ponto de não retorno —que, se concretizado, produzirá uma série de efeitos em cascata e possivelmente irreversíveis.
"Depois de altas consecutivas no desmatamento, nos próximos meses enfrentaremos os efeitos do El Niño, que deixará o tempo ainda mais quente e seco na região, um cenário perfeito para o crime ambiental. É preciso agir para evitar uma crise ambiental ainda maior", pontua.
O Greenpeace reivindica que os governadores adotem a meta de desmatamento zero até 2030, em alinhamento com o governo federal, construam alternativas socioeconômicas sustentáveis para a região e punam proprietários de terra que fizerem uso de fogo na Amazônia.
"Considerando a urgência do momento e a necessidade de avançar neste processo, a sociedade clama para que os senhores governadores do Consórcio Amazônia Legal sejam mais ambiciosos na implementação de seu Plano de Recuperação Verde e se posicionem como verdadeiros defensores da floresta e seus povos", diz o Greenpeace.
"Precisamos dificultar a atuação de criminosos ambientais e valorizar o potencial da floresta em pé para a geração de emprego e renda à população, incorporando novas tecnologias para a produção de soluções sustentáveis na floresta", afirma ainda.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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