Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
Hospital abre investigação após morte de mulher que esperou duas semanas por um quarto
Paciente de 61 anos deu entrada no local no dia 18 de janeiro, com estado grave de desnutrição e pneumonia
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O Hospital Geral de Taipas, localizado na zona norte da capital paulista, abriu uma investigação para apurar a morte de uma paciente que ficou duas semanas sendo atendida no ambulatório, à espera de um quarto.
A mulher de 61 anos deu entrada no local no dia 18 de janeiro, com estado grave de desnutrição e pneumonia, e morreu na última quinta (1º).
O caso foi revelado pela coluna. A denúncia, feita por religiosos que davam assistência social à idosa, era de que ela estava sendo tratada como indigente, apesar de ter uma família.
O hospital administrado pelo Governo de São Paulo diz que a paciente teve uma "uma parada cardiorrespiratória decorrente da complicação do quadro de pneumonia, potencializado por desnutrição severa".
"A direção do hospital determinou a apuração das denúncias apontadas relativas ao caso", afirma ainda. A Secretária Estadual da Saúde lamentou a morte da mulher.
A paciente morava em uma casa em condições precárias com mais três irmãos. A família dependia da distribuição de cestas básicas da Paróquia São Judas Tadeu, na Vila Miriam, para viver.
Uma vizinha a encontrou desacordada no jardim da propriedade e acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ela, então, foi levada à unidade de saúde.
De acordo com a freira Lucia Marques da Silva, que atua na paróquia do bairro, a paciente não conseguiu acesso a um quarto, apesar dos insistentes pedidos da família e de amigos que realizavam visitas.
Um vídeo compartilhado com a coluna mostrou os lençóis, a maca e as mãos da paciente cobertos com sangue após vazamento de um acesso venoso, como um cateter colocado na veia para entrada de medicamentos e soro. A filha dela a encontrou assim em uma das visitas que fez.
Questionada sobre o caso na semana passada, a Secretaria de Saúde disse que o quadro da mulher era considerado instável, "sendo necessário assistência e monitoramento em área específica de observação, que conta com a presença de médicos e ampla equipe de enfermagem 24 horas".
"Em relação ao extravasamento sanguíneo do acesso venoso, é importante destacar que esse tipo de evento adverso, embora não desejado, pode acontecer em algumas situações, e é tratado com a imediata intervenção da equipe técnica", afirmou ainda.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters