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Ronnie foi à rua de Marielle para 'estudar' rotina, mas falta de garagem impediu plano

Características de edifício e da rua em que ela morava dificultavam monitoramento

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O ex-policial Ronnie Lessa afirmou em depoimento que foi à rua em que Marielle Franco morava, em 2018, para "estudar e observar todas as peculiaridades atinentes ao local".

Ele já tinha sido contratado para matar a ex-vereadora, e buscava monitorar a rotina dela.

A simplicidade do prédio, no entanto, dificultou o plano inicial.

Prédio onde vivia Marielle Franco, no Rio de Janeiro - Reprodução

De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), Ronnie afirmou que foi ao local com o também ex-policial militar Edmilson da Silva Oliveira, conhecido como Macalé, que mediou a contratação dele pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão para matar a vereadora.

Os dois "foram a campo estudar e observar todas as peculiaridades atinentes ao local", onde constataram que ele era "de difícil monitoramento" por causa das "condições da rua, como policiamento e dificuldades para estacionar veículos".

Para piorar, segundo eles, o prédio em que Marielle morava não tinha garagem, e o "monitoramento de eventual veículo da vítima restaria prejudicado".

Ronnie então começou a estudar alternativas "e se deparou, em um determinado momento, com a informação de que ela frequentava um bar na Praça da Bandeira [no Rio]".

Lessa foi "ficando impaciente com a falta de avanço na empreitada" de matar Marielle, pela dificuldade de monitoramento.

A saída mais fácil, de assassiná-la nos arredores da Câmara dos Vereadores, onde ela ia diariamente, estava descartada.

Os irmãos Brazão, segundo Lessa, vetaram essa possibilidade.

Orientados por Rivaldo Barbosa, então diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro e "garantidor da impunidade da empreitada", eles afirmavam que o assassinato perto do parlamento confirmaria o caráter político do crime, aumentando a pressão sobre a polícia para a sua solução.

Lessa pediu nova reunião com os irmãos para tentar demovê-los da exigência. Eles chegaram a se encontrar nas imediações do Hotel Transamerica, na Barra da Tijuca.

Os Brazão, no entanto, não voltaram atrás.

"Apesar de frustrado, Lessa não desistiu do negócio", afirma a PF em seu relatório.

Marielle foi morta no dia 14 de março de 2018, quando saía de uma reunião na Casa das Pretas, na Lapa, no Rio de Janeiro.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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