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Correspondente da Folha na Ásia

Com palavras, Biden busca reverter imagem da América

Pesquisa mostra que 59% dos europeus acreditam que a China será mais poderosa que os EUA nos próximos dez anos

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A frase de efeito "A democracia prevaleceu" tomou o alto da cobertura dos pró-democratas New York Times e Washington Post e de boa parte do noticiário global da posse de Joe Biden.

Na Fox News e no Wall Street Journal, veículos do magnata pró-republicano Rupert Murdoch, a referência à democracia veio logo abaixo do destaque dado ao chamado de Biden por "unidade". Na transmissão, o âncora Chris Wallace se deixou entusiasmar:

"Tenho ouvido esses discursos desde 1961, desde John F. Kennedy, 'Não pergunte'. Este foi o melhor discurso."

A frase de Biden havia sido usada por ele no dia 6, por Instagram e outras plataformas, na invasão do Capitólio:

"O mundo está assistindo. Eu estou chocado e triste que nossa nação, por tanto tempo um farol de democracia, tenha chegado a um momento tão sombrio. A América vai prevalecer".

Duas semanas depois, com o Capitólio como cenário, suas palavras para o resto do mundo tentaram ser mais firmes, até ameaçadoras:

"O mundo está assistindo. Portanto, aqui está a minha mensagem para aqueles que estão além de nossas fronteiras: a América foi testada e saímos mais fortes. E vamos liderar, não só pelo exemplo do nosso poder, mas pelo poder do nosso exemplo."

NÃO ERA PIADA

Jornais como Washington Post usaram a outra frase insistente de Biden, "O mundo está assistindo", como título para a repercussão da posse —e da saída de Trump.

No jornal, antes das mensagens do papa Francisco ou de Javad Zarif, do Irã, o destaque foi para um meme irônico da agência chinesa de notícias Xinhua, "Boa viagem, Donald Trump!" (acima). O segundo destaque foi para o primeiro- ministro espanhol, Pedro Sánchez:

"Cinco anos atrás, pensamos que Trump era piada de mau gosto, mas cinco anos depois percebemos que ele comprometeu nada menos que a democracia mais poderosa do mundo."

AMÉRICA QUEBRADA

Sem atenção nos principais veículos americanos, sites como Politico e Guardian noticiaram pesquisa do European Council on Foreign Relations, junto a 15 mil pessoas de 11 países da Europa, inclusive Alemanha e França.

Nos títulos, "Maioria dos europeus teme que Biden seja incapaz de consertar os 'quebrados' EUA" ou "1 em 3 europeus diz que não tem confiança nos EUA".

CHINA PODEROSA

Mais especificamente, "59% dizem acreditar que China será mais poderosa que EUA nos próximos dez anos".

SCHUMER, FINALMENTE

WSJ, Financial Times e outros ressaltam a dificuldade que Biden e seu líder no Senado, Chuck Schumer, terão para aprovar matérias que demandam mais do que maioria simples.

Schumer agora comanda a agenda, "finalmente", no título do Politico, mas terá que negociar passo a passo com senadores "moderados", para avançar até questões menores.

SANDERS, FINALMENTE

O senador Bernie Sanders vai presidir a "poderosa comissão de Orçamento, finalmente", no título do New York Times, que o descreve como "o membro mais progressista da Casa".

Ele falou que vai dar atenção a "problemas estruturais na sociedade americana", mas o jornal enfatiza que, no cargo, Sanders "terá o controle sobre uma poderosa e pouco conhecida ferramenta que permite obter aprovação no Senado com maioria simples".

VOVÔ DE VERMONT

Sanders, 79, virou "meme instantâneo", segundo o site Mediaite, ao aparecer com luvas de "vovô de Vermont", seu estado, na transmissão da posse.

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