Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

EUA de Biden começam a se ajustar à ascensão da China

'Um mundo pós-americano, não mais definido pela primazia dos EUA, está chegando mais cedo', avisa Foreign Affairs

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Acuado por senadores republicanos, o secretário de Estado escolhido por Joe Biden, seu ministro do exterior, Antony Blinken, respondeu que "há coisas que o governo Trump fez que eu aplaudiria".

Apontou "a abordagem mais dura com a China", apoiando até a acusação de "genocídio" lançada por Mike Pompeo em suas horas finais no cargo.

A eloquência trumpista de Blinken esconde o que outro indicado de Biden, seu "czar para a Ásia", Kurt Campbell, escreveu na Foreign Affairs dias antes: Admitiu que aliados não querem "excluir Pequim, ser forçados a escolher", e defendeu persuadir a China a "ocupar um lugar na ordem regional" etc.

Rejeitou até "formar uma grande coalizão" de democracias contra Pequim, como Biden prometia.

Também na Foreign Affairs, Richard Haass, que preside a instituição que edita a revista, coração do establishment de política externa, avisou, em relação ao ataque trumpista ao Capitólio:

"Um mundo pós-americano, não mais definido pela primazia dos EUA, está chegando mais cedo do que se espera. Menos pela ascensão inevitável de outros do que pelo que os EUA fizeram a si mesmos."

TOMAR A COROA

Nas chamadas semelhantes de Washington Post (acima) e Financial Times, "China está crescendo mais rápido do que antes da pandemia". Por Wall Street Journal e o financeiro chinês Caixin, "China é única grande economia a crescer em 2020".

E no financeiro japonês Nikkei, "Com sucesso contra Covid, China vai tomar a coroa econômica dos EUA anos antes" do que se previa. Já em 2028.

IGUALMENTE IMPORTANTES

Em editorial, o Nikkei defendeu que, no mundo não polar, "Estrutura multilateral deve incluir a China e não isolá-la".

E o presidente sul-coreano Moon Jae-in, em coletiva reportada por South China Morning Post e outros, disse que as relações com Washington e com Pequim "são igualmente importantes para nós".

TEMPESTADE GEOPOLÍTICA

No financeiro alemão Handelsblatt, "EUA impõem sanções ao Nord Stream 2 pela primeira vez", sobre o gasoduto ligando a Rússia à Alemanha, 94% pronto. Logo abaixo, "Governo federal [da Alemanha] classifica sanções dos EUA como ilegais".

No site americano Politico, "Com sanções dos EUA, gasoduto ameaça uma tempestade geopolítica".

COMO A RÚSSIA VENCE

Extensa reportagem na revista do NYT, com plantação de soja na fronteira com a China (acima), mostrou "Como a Rússia vence a crise do clima" ou, ainda, "pode dominar mundo em aquecimento", com vastas áreas se abrindo para a agricultura, voltada ao mercado chinês.

A mudança também vem abrindo mais a chamada Rota Marítima do Norte, no Ártico, para transporte de gás russo para a Ásia, noticia o Caixin, com Bloomberg.

DORIA LÁ

O alemão Süddeutsche Zeitung publicou perfil de João Doria, "Governador ensina presidente Bolsonaro a vacinar".

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