Siga a folha

Correspondente da Folha na Ásia

Descrição de chapéu toda mídia

Como Lula, imprensa nos EUA tenta questionar sanções

'Vício de Washington ficou fora de controle e está saindo pela culatra', publica Washington Post, citando estudo e Cuba

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Diferentemente da agência americana Associated Press, que só foi citar o assunto no oitavo parágrafo, a chinesa Xinhua destacou a preocupação de Lula na conversa com a presidente da Comissão Europeia: a ameaça de "sanções" no recente adendo europeu ao acordo comercial com o Mercosul.

O relato do telejornal da rede alemã ARD deu ainda menos atenção ao questionamento, concentrando-se nos sorrisos da presidente, que é alemã, e na pressão de empresários pela aceitação do acordo.

Paralelamente, o The New York Times noticiou a carta de líderes dos dois partidos americanos cobrando sanções contra a África do Sul, argumentando que "vai sediar a cúpula Brics em que o governo pretende fortalecer suas relações com China e Rússia".

Em nota, o governo Joe Biden disse "compartilhar as preocupações com os vínculos de segurança" entre sul-africanos e russos, "mas não detalhou como planeja responder", acrescentou o jornal.

Washington Post, com foto do ministro chinês da Defesa, Li Shangfu, diz que governo americano está sancionando 12 mil organizações e indivíduos e 'está saindo pela culatra' - Reprodução

A Europa vem de abraçar as sanções extraterritoriais, mas os EUA começam a questioná-las, em parte do governo ao menos. Um dos principais colunistas do The Washington Post, Max Boot, deu voz à reação mostrando que, já com sanções econômicas contra 12 mil organizações e indivíduos, "está saindo pela culatra".

Cita aquelas contra o hoje ministro chinês da Defesa, Li Shangfu, que inviabilizaram o diálogo militar com Pequim, para alertar que "é só o exemplo mais recente de como o vício de Washington em sanções ficou fora de controle —e está prejudicando os EUA".

Dá números: "Um estudo do Instituto Peterson concluiu que as sanções unilaterais dos EUA entre 1970 e 1997 atingiram seus objetivos em apenas 13% dos casos, custando à economia americana US$ 15 bilhões a US$ 19 bilhões anualmente".

Afirmando que "a história está cheia de exemplos de sanções terrivelmente ineficazes", destaca o embargo de Cuba pelo governo John Kennedy. "Documentos tornados públicos mostram que a intenção era 'provocar fome, desespero e a derrubada do governo'." Sem sucesso após "mais de meio século", sublinha.

Boot encerra dizendo que "Biden precisa repensar a política de sanções após décadas de crescimento exponencial". Para "dar início a uma abordagem mais racional", sugere suspender as sanções a Li, "para permitir comunicação com as maiores forças armadas do mundo".

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas