Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Sistema interno da FGV mostra que Decotelli recebeu nota 10 na avaliação de alunos
Instituição divulgou que o economista não era professor fixo, o que contribuiu para sua saída do MEC
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O sistema interno da FGV (Fundação Getulio Vargas), de acesso restrito a docentes e profissionais da instituição, mostra que o ex-ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli recebeu nota 10 de avaliação dos alunos dos cursos que lá ministrou.
O texto da FGV informando que Decotelli não era professor fixo da instituição foi considerado a gota d'água para que sua posse no MEC (Ministério da Educação) não vingasse.
À Folha Decotelli disse que, além de determinante para seu pedido de demissão, o posicionamento da fundação teve a intenção de destruir sua imagem.
Embora não fosse contratado fixo da instituição, como ressaltou a FGV, Decotelli lecionou e ainda leciona na instituição.
As notas são calculadas com base na mediana das avaliações dadas pelos alunos ao final dos cursos. O sistema mostra apenas as avaliações dos últimos 18 meses. No caso de Decotelli, recebeu nota 10 de 25 turmas.
"A mediana mostra que ao menos 50% dos alunos deu nota 10 para o professor, o que é sensacional. É muito raro. Por isso que o Decotelli tem vários prêmios", diz Carlos Magno da Silva Xavier, professor da FGV há mais de 20 anos. Ele já ministrou disciplinas em cursos de MBA com Decotelli.
"Ele tem o fino trato, cortês, muito inteligente nas colocações", diz Xavier sobre o economista.
Ao Painel Decotelli confirma as avaliações de alunos
"É muito raro o desempenho de média 10", diz, acrescentando que precisa "fazer justiça e recuperar a integridade pessoal e profissional".
Ele afirma que ainda não decidiu se entrará na Justiça contra a FGV.
"Estou avaliando com minha família sobre o que fazer. Eu tenho oito netos que preciso proteger", disse.
Decotelli enviou ao Painel um calendário das aulas que ministrou na FGV, também restrito ao sistema interno da instituição. Segundo suas contas foram mais de 1.200 turmas desde 2001. O arquivo, com 269 páginas, pode ser conferido abaixo:
Em nota, a FGV afirmou que reitera que "o Professor Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, como professor colaborador, nos programas de formação de executivos".
"E como tal, deu aula terça-feira (30/6), o que corrobora as informações prestadas, repita-se, de que atuava como professor nos cursos de educação continuada. A respeito das denúncias contra ele, reafirma-se que uma comissão específica apurará todos os fatos relacionados a eventual plágio em sua dissertação de mestrado", concluiu.
Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto
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