Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Após pai estimular boicote a candidatos que usam fundão, Carlos Bolsonaro se beneficia da verba
Disputando reeleição a vereador, ele declarou R$ 21 mil em material com Crivella, bancado pelo Fundo Eleitoral
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Meses depois de Jair Bolsonaro estimular uma campanha para que a população não votasse em candidato que utiliza recursos do Fundo Eleitoral, seu filho Carlos, candidato a vereador no Rio de Janeiro, apresentou prestação de contas parcial à Justiça informando gasto de R$ 22,1 mil em material de eleitoral bancado pela verba pública.
De acordo com os documentos entregues pelo filho de Bolsonaro, ele obteve material oriundo da campanha de Marcelo Crivella (Republicanos) à Prefeitura do Rio, adesivos e outros itens de propaganda comum aos dois candidatos, a chamada "dobrada", tendo como fonte o Fundo Eleitoral.
Até agora, Carlos declarou receitas no valor de R$ 45 mil.
Em janeiro, Bolsonaro sofria pressão de parte de sua base eleitoral para que vetasse o direcionamento de R$ 2,035 bilhões para financiar a campanha de prefeitos e vereadores neste ano. Após ameaçar veto, o presidente sancionou a medida sob o argumento de que era pressionado pelos partidos e pela legislação, mas adotou um discurso bastante crítico.
"Eu lanço a campanha aqui, não vote em parlamentar que recebe fundão", disse Bolsonaro em janeiro, em meio a aplausos de apoiadores. "Eu me elegi com R$ 2 milhões, via campanha na internet, e 8 segundos na televisão. Quem quer muito tempo e muito dinheiro, quer esconder a verdade. O parlamentar, especial que já tenha mandato, ele tem o momento para se fazer presente junto à população, de modo que não precise de dinheiro para sua reeleição ou até mesmo eleição para os novos que estão entrando na política", acrescentou, à época (veja o vídeo).
Apesar do discurso, Bolsonaro foi beneficiário de dinheiro público para suas campanhas, inclusive para a presidencial, em 2018, conforme revelaram reportagens da Folha.
Crivella, que conta com o apoio do clã Bolsonaro no Rio, declarou receita quase que exclusiva oriunda do Fundo Eleitoral, R$ 1,7 milhão.
Além de Carlos, a ex-mulher de Bolsonaro Rogéria (Republicanos), também candidata a vereadora no Rio com o apoio do clã, declarou recebimento de R$ 100 mil do Fundo Eleitoral. Ela é mãe dos três mais velhos do presidente.
A Folha enviou questionamentos ao Palácio do Planalto e à assessoria de Crivella, mas não obteve resposta. A Folha também procurou Rogéria e Carlos por meio dos emails e telefones informados por eles na Justiça eleitoral, mas não conseguiu contato.
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