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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Instituto Moreira Salles repudia montagem em foto compartilhada por primo dos Bolsonaros sobre ditadura militar

Léo Índio publicou material após presidente ironizar tortura sofrida por Dilma Rousseff

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O Instituto Moreira Salles repudiou montagem compartilhada nas redes sociais por Léo Índio, primo dos filhos de Jair Bolsonaro, feita a partir de fotografia da qual detém os direitos patrimoniais. O IMS também disse que está tomando providências para que a imagem manipulada seja retirada das plataformas virtuais.

Como mostrou o Painel, a montagem disseminada por Léo Índio junta dois episódios protagonizados por Bolsonaro na segunda-feira (28). Pela manhã, ele fez provocação sobre tortura sofrida pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante a ditadura militar e disse que queria ver raio-x de sua mandíbula. Pela tarde, participou de jogo de futebol na Vila Belmiro, em Santos (SP).

A foto original foi tirada em 1968 e mostra um estudante de Medicina que participava de um ato contra a ditadura militar na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Ela foi feita pelo repórter fotográfico Evandro Teixeira.

Montagem publicada por Léo Índio em suas redes sociais - Reprodução/Instagram

"O Instituto Moreira Salles, na qualidade de titular dos direitos patrimoniais de autor desta obra de autoria do fotógrafo Evandro Teixeira, vem manifestar seu repúdio quanto ao uso sem autorização da referida obra, bem como à violação do direito moral do autor", escreveu o IMS em suas redes.

"O IMS informa que está tomando as providências necessárias para que a imagem produzida a partir da obra, deturpada em seu sentido e intenção originais, seja imediatamente retirada das plataformas e meios digitais em que está sendo divulgada. A imagem original de Evandro foi usada numa fotomontagem não autorizada publicada nas redes sociais por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Nela, o presidente aparece, de uniforme de futebol, tomando a frente dos soldados da PM para chutar e agredir o manifestante em fuga", continua a nota.

"A foto de Evandro Teixeira, que na época trabalhava no Jornal do Brasil, mostra um estudante sendo perseguido por policiais na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1968, em ato contra a ditadura militar. Nesse dia, que depois ficou conhecido como 'sexta-feira sangrenta', a repressão da polícia militar levou à morte 28 pessoas. Evandro Teixeira é um dos mais renomados fotojornalistas do Brasil e sua obra completa, de mais de 150 mil imagens, integra hoje o acervo do Instituto Moreira Salles. A preservação de seu legado como artista e fotógrafo é nosso dever absoluto, seja em relação à integridade de seu trabalho autoral como também ao significado histórico e cultural de sua obra para o país", conclui.

Léo Índio trabalhou até outubro no gabinete do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), mas deixou seu posto depois que o parlamentar foi flagrado com dinheiro entre as nádegas em operação da Polícia Federal. Em dezembro, foi nomeado por Davi Alcolumbre (DEM-AP) para cargo na Diretoria-Geral do Senado.

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