Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Obsessão de Doria por marketing prejudicou anúncio de vacina 100% positivo, avaliam aliados e adversários
Não havia necessidade de carregar nas tintas ao dizer que ButanVac era totalmente nacional, avaliam
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Mais uma vez o excesso de marketing de João Doria (PSDB-SP) atrapalhou o que poderia ser uma notícia só com pontos positivos, avaliam aliados e adversários do governador.
O anúncio da criação da ButanVac seria excelente de qualquer forma e não havia necessidade de carregar nas tintas sobre ser 100% nacional, eles dizem.
Os políticos ouvidos pela coluna também analisam que, pelo momento, o tucano não precisava ter usado de ironia com Jair Bolsonaro no episódio.
Como a Folha mostrou, o candidato a imunizante, chamado de 100% nacional, foi desenvolvido nos EUA, no Instituto Mount Sinai. Doria e Dimas Covas, do Butantan, não mencionaram a parceria em entrevista nesta sexta (26).
Nas redes sociais, o governador comemorou com a mensagem "Grande dia!", slogan do presidente. Mais tarde o governo Bolsonaro anunciou que tinha a sua candidata à vacina (sem a grife do Butantan, mas com a USP de Ribeirão Preto).
E mais, o pedido para testes clínicos, a mesma fase que está a ButanVac, tinha sido feito antes para a Anvisa, na tarde de quinta (25).
Na visão dos políticos, o episódio mostra que, de um lado, Doria exagera na dose, e, do outro, o governo federal se comunica mal —além de errar muito e ter negligenciado a pandemia por um ano.
Doria disse internamente não considerar ter passado do ponto e acha que foi transparente. Pessoas próximas a ele compararam a produção da vacina à da Embraer, que é nacional, mas usa peças do mundo todo.
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