Siga a folha

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Deputado bolsonarista que lidera caminhoneiros diz que Bolsonaro trabalha para banqueiro e investidor

Nereu Crispim (PSL-RS) diz que categoria faz questão de que Tarcísio de Freitas não participe de reuniões

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O deputado bolsonarista Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, entrou para a fila composta por aliados próximos do presidente que têm se decepcionado com sua condução do país.

À frente das negociações sobre as pautas dos caminhoneiros com a administração federal, o parlamentar afirma que Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes, da Economia, hoje "só trabalham para banqueiro e investidor da Bolsa de Valores".

"Os R$ 400 que eles estão oferecendo é esmola para o caminhoneiro", completa, em referência ao auxílio que Bolsonaro prometeu criar para a categoria.

Crispim também afirma que os caminhoneiros não querem mais conversar com o ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, principal interlocutor da categoria até o momento. "Ele está empurrando tudo com a barriga há três anos. Chega", afirma Crispim.

"A única pessoa que não queremos que participe de uma reunião com caminhoneiros é ele. Não fez nenhuma entrega por caminhoneiros autônomos. Fazemos questão de que não participe. Ele se dizia autorizado pelo governo para tocar essas pautas e nunca resolveu nada, desde 2018. Sempre conversa fiada", acrescenta.

O deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS) durante sessão da Câmara - Cleia Viana-7.out.2021/Câmara dos Deputados

Após confirmar reunião com Crispim e representantes dos caminhoneiros para quinta-feira (28), a Secretaria Especial de Articulação Social do governo federal desmarcou por email alegando que havia sido veiculado na imprensa que ministros estariam presentes, o que não seria verdade.

"Em razão das notícias veiculadas na imprensa de que a reunião seria realizada com a participação de Ministros de Estado, o que não se coaduna com o convite enviado, esta Secretaria Especial de Articulação Social informa o cancelamento da reunião do dia 28", diz mensagem enviada a Crispim pela chefe de gabinete do órgão.

Email enviado aos caminhoneiros pela chefe de gabinete da Secretaria de Articulação Social do governo federal - Reprodução

Crispim, que diz ser o deputado mais leal ao governo em votações de pautas econômicas, afirma que Bolsonaro está encomendando a paralisação de 1º de novembro e que não há previsão de novos encontros para negociação com o governo Bolsonaro.

Ele está negociando reuniões com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

"Desta vez os caminhoneiros estão bem comprometidos, bem fechados. As pautas estão unificados, com piso mínimo, aposentadoria especial, ponto de parada. E o principal, a mudança da política de preços da Petrobras, que aniquila qualquer resultado financeiro dos caminhoneiros autônomos, que estão em situação de miséria, assim como a população, usando lenha para cozinhar, comprando osso a R$ 4", afirma Crispim.

A avaliação no Palácio é a de que Crispim tenta se promover às custas do governo e que por isso a interlocução com ele foi interrompida. Mas lideranças dos caminhoneiros, como Wallace Landim, o Chorão, líder da greve de 2018, apontam Crispim como o negociador parlamentar da categoria.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas