Siga a folha

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

'Capitã cloroquina' coloca no Lattes presença em atos de raiz golpista de Bolsonaro

Preenchimento com participação em manifestações é incomum na plataforma de currículos acadêmicos

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A médica Mayra Isabel Correia Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde que ganhou o apelido de "capitã cloroquina" pela recomendação de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19, incluiu em seu currículo hospedado na plataforma Lattes a participação nos atos de raiz golpista promovidos por Jair Bolsonaro (PL) no 7 de Setembro do ano passado.

A plataforma Lattes é um reservatório de currículos acadêmicos do país, no qual os pesquisadores devem listar o que têm produzido em suas áreas de atuação, como artigos, livros, cursos, etc.. Não é comum a inclusão de participação em manifestações de rua.

Ela diz ao Painel que não há nada de ilegal ou imoral no que fez.

Mayra, que é secretária da Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, incluiu o que chamou de "Manifestações do Dia 7 de Setembro" no campo de produção técnica da plataforma, junto de entrevistas e participações em programas de televisão.

Em suas redes sociais, ela postou mensagens chamando bolsonaristas a saírem às ruas e publicou vídeos aparentemente feitos por ela durante os atos de 7 de Setembro. Ela também publicou uma mensagem em que dizia ter feito parte da multidão.

Reprodução do perfil de Mayra Pinheiro na plataforma Lattes - Reprodução/plataforma Lattes

Bolsonaro passou meses convocando apoiadores para atos no 7 de Setembro, quando fez discursos com ameaças golpistas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairá morto da Presidência da República.

Seus seguidores levaram faixas e cartazes e repetiram gritos autoritários e antidemocráticos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na avenida Paulista, em São Paulo.

Mayra foi uma das principais responsáveis por ações pelas quais o governo federal foi bastante criticado durante a pandemia.

Ela foi um dos nomes à frente das incessantes recomendações de remédios sem eficácia contra a Covid-19, como hidroxicloroquina e cloroquina.

Partiram dela a força-tarefa de Manaus para incentivar o uso desses medicamentos durante o colapso marcado por falta de leitos e de oxigênio, o ofício que afirmava ser inadmissível a não utilização dessas drogas na capital do Amazonas e também o TrateCov, página na internet que orientava a administração de cloroquina e antibióticos até para dor de barriga de bebê.

A CPI da Covid sugeriu seu indiciamento sob acusação de epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade.

Em nota de sua assessoria de comunicação, Mayra diz que a Folha tenta "difamar e criar uma narrativa falaciosa" a seu respeito e que a plataforma Lattes permite que "pesquisadores e estudantes incluam, além dos dados relevantes sobre a trajetória acadêmica e atividades profissionais, informações sobre entrevistas, mesas redondas, programas e comentários de mídia dentro da aba ‘Produções'".

Mayra Pinheiro convoca apoiadores de Jair Bolsonaro para atos do 7 de Setembro - Reprodução/@dramayraoficial

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas