A Advocacia-Geral da União pediu a Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que solicite à Procuradoria-Geral da República uma investigação para apurar o vazamento da informação de que o ministro tinha dado o prazo até a sexta (28) para o presidente Jair Bolsonaro depor à Polícia Federal.
A informação foi revelada pelo Painel na terça (18). Para a AGU, o "ocorrido repercute em constrangimentos" a Bolsonaro porque "cria expectativa e interesse da imprensa que já lhe aborda com perguntas para maiores detalhes sobre a aludida oitiva e aspectos correlatos do inquérito".
Ainda segundo a AGU, "o vazamento da data limite de oitiva" é fato com "potencial de repercussão negativa em face da reputação do agente político, de sua imagem, ou seja, em esfera extrajurídica, sendo possível até mesmo cogitar efeitos deletérios na dimensão de seus direitos de cidadania".
A AGU se valeu do argumento do vazamento para justificar a mudança de posição de Bolsonaro, que em dezembro de 2021 pediu 60 dias de prazo, mas na quarta (26) informou ao STF que não tinha interesse em prestar depoimento.
Após a mudança de posição, Moraes mandou Bolsonaro depor presencialmente na PF nesta sexta (28) no âmbito do inquérito que apura o vazamento por ele e pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR) da investigação sobre o ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral.
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