Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Fórum em SP retoma pauta do imposto sobre movimentações financeiras
Tributo, apelidado de 'CPMF digital', foi discutido no início do governo Bolsonaro
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Especialistas de Brasil, EUA, Hungria e Suíça debatem nesta quinta-feira (19) em São Paulo a criação de um imposto sobre movimentação financeira, que chegou a ser defendido pelo ministro Paulo Guedes (Economia) no passado e apelidado de "CPMF digital".
O fórum é organizado pela Coalizão Simples Brasil, e tem entre seus promotores o empresário Flávio Rocha e o professor Marcos Cintra, da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e ex-assessor do Ministério da Economia. Também haverá uma edição em Brasília, em 24 de maio.
Cintra é um dos principais entusiastas da criação deste imposto e foi obrigado a deixar o governo em razão da defesa deste instrumento.
Segundo ele, há preconceito com um imposto sobre movimentações financeiras, que já é adotado em diversos países. Um deles é a Hungria, comandada pelo autocrata Viktor Orbán.
"É um tipo de imposto que já é utilizado em vários lugares do mundo, e no Brasil está sendo deixado de lado por preconceito, por uma rejeição irracional", diz.
Para Cintra, a criação deste tributo é fundamental para viabilizar a aprovação da PEC 110, sobre a reforma tributária, que está em tramitação no Congresso.
"É um instrumento moderno, que não tem nada a ver com a antiga CPMF. Ele pega todos os aspectos da economia digital e dá condições para que haja desoneração da folha de pagamentos prevista na reforma tributária", afirma Cintra.
O professor é também consultor da Fundação Indigo, ligada à União Brasil, partido que deve lançar Luciano Bivar como candidato a presidente. Bivar deve incluir a proposta em seu programa de governo.
Para Cintra, o ano de 2022, por ser de eleições, é propício para discutir o tema, e não para aprovar uma reforma tributária. "Nenhuma reforma boa será aprovada neste ano, mas é importante aproveitar o tempo para fazer uma discussão", afirma.
Ele diz que não acredita que o atual governo aprove o imposto sobre movimentação financeira, embora, para Cintra, o instrumento ainda conte com a simpatia de Guedes.
"O Guedes apoiou, defendeu, me autorizou a falar e depois, quando o presidente chiou, ele recuou", disse.
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