A ideia de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, de indicar Marta Suplicy para a vice de Ricardo Nunes (MDB) tem como objetivo atingir a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo em 2024.

A reação negativa de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) à possibilidade de filiação de Marta, no entanto, assustou a cúpula do partido. Na tarde desta quarta-feira (23), Valdemar publicou mensagem em que afirmava que decisão caberá ao ex-presidente e a Nunes.

No cálculo dos dirigentes do PL, Marta traria votos de regiões periféricas da capital, que historicamente votam em seu antigo partido, o PT, o que poderia ajudar a atrair vereadores petistas que não veem com bons olhos a candidatura de Boulos.

Na visão deles, uma eventual vitória do psolista poderia fazer com que o PT perdesse eleitorado na capital nos próximos anos.

Nas redes sociais, bolsonaristas destacaram críticas que a atual secretária de Relações Internacionais de Nunes fez ao ex-presidente nos últimos anos. Em 2021, por exemplo, referiu-se a Bolsonaro como psicopata e disse que ele não tem empatia.

Devido à relação do PL com Bolsonaro, dirigentes da sigla preveem dificuldades em convencer Marta a se filiar.

Por isso, Valdemar afirmou, em entrevista ao Valor Econômico, que ela poderia ser vice por outro partido e que seu interesse é o de construir uma chapa vencedora. Nesse cenário, uma legenda possível seria o PSD, de Gilberto Kassab, que não se aproximou do bolsonarismo como Republicanos e PP.

Em 2020, Marta foi cotada para ser vice de Bruno Covas (PSDB). A ideia foi abandonada após pesquisa encomendada pelo tucano mostrar altos índices de rejeição ao nome da ex-prefeita em São Paulo.