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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Após Brasil apoiar ação anti-Israel, sobreviventes do Holocausto lançam vídeo contra antissemitismo

Campanha foi antecipada por causa da decisão do governo Lula de apoiar denúncia contra Estado judeu por genocídio

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Dez sobreviventes do Holocausto que encontraram no Brasil um novo lar na década de 1940 participam de campanha lançada nesta quinta-feira (11) pelo combate ao antissemitismo no país.

No vídeo de 2 minutos, os judeus das mais variadas nacionalidades, de alemães a romenos, cantam trecho do hino do Brasil em uma tentativa de apelar à manutenção da tradição brasileira de acolher todos os povos. O título da campanha é "Obrigada, Brasil".

O idealizador do material, Marcio Pitliuk, curador do Memorial do Holocausto, diz que a campanha é motivada pelo comportamento do governo Lula (PT) em relação à guerra Israel-Hamas, criticado por inúmeras organizações judaicas que atuam no país.

Pesou no timing da divulgação, claro, a decisão brasileira de apoiar a denúncia de genocídio contra Israel apresentada pela África do Sul à Corte de Haia, uma das mais importantes instâncias da justiça internacional. O posicionamento foi anunciado nesta quarta (10) após reunião do petista com o embaixador palestino Ibrahim Alzeben.

Inicialmente o material seria tornado público no próximo dia 27, considerado o Dia Mundial da Memória das Vítimas do Holocausto. A data é uma referência a 27 de janeiro de 1945, quando tropas soviéticas libertaram o campo de concentração de Auschwitz, o mais conhecido centro de extermínio em massa de judeus pelo regime nazista.

A campanha conta com apoio da Conib, a Confederação Israelita do Brasil, da Fisesp, a Federação Israelita de São Paulo, e da StandWithUs-Brasil, entidade voltada para o combate ao extremismo e ao antissemitismo por meio da educação.

"Desde que iniciou-se a guerra, o governo brasileiro tomou um dos lados do conflito: não reconhece o Hamas como grupo terrorista, mas acusa Israel de genocídio", diz o organizador Pitliuk.

"Isso contraria toda a tradição brasileira de evitar todos os tipos de preconceito. Prova disso é que os sobreviventes do Holocausto foram recebidos no Brasil de braços abertos independentemente de sua religião. A campanha tem como objetivo fazer um apelo para que a praga do antissemitismo não se instale no Brasil."

O governo Lula tem afirmado de forma reiterada que condenada os ataques do Hamas no 7 de outubro, classificados como terroristas, mas que Israel adota uma resposta desproporcional ao atacar Gaza.

Números levantados pela Conib e pela Fisesp apontam que, desde o início do conflito no Oriente Médio, as denúncias de antissemitismo no Brasil aumentaram dez vezes. Em outubro de 2022, teriam sido 44. Já em outubro passado, primeiro mês da guerra, a cifra alcançou 467.

"No Brasil, mensagens de ódio propagadas por meio das mídias sociais, sob o argumento de que se tratam de posições antissionistas, tem sido acompanhadas de reproduções de discursos antissemitas", afirma Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita.

"Há uma perigosa correlação com a polarização política que vem crescendo ao longo dos últimos anos no país."

Colaborou Mayara Paixão

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