Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Sistema político não deve ser demonizado, diz Gilmar Mendes a jornal alemão
Ministro do Supremo disse ainda que Lula não deveria ter sido condenado nas circunstâncias em que se deu a operação Lava Jato
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O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), avalia que foi um erro permitir a destruição do establishment político pela Operação Lava Jato e defende que o sistema político não deve ser demonizado, e sim constantemente melhorado, em declarações ao jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung".
"Queríamos combater a corrupção e destruímos o sistema político", diz o ministro à publicação. Ele avalia que os processos e condenação de Lula —posteriormente anulados— ocorreram em um momento em que juízes e procuradores tinham bastante popularidade por causa das investigações e apoio de parcela da população.
"Eles aproveitaram um vácuo político e se sentiram autorizados a fazer qualquer coisa", diz Gilmar ao jornal. Para o ministro, que rechaçou teorias da conspiração de favorecimento ao petista pelo STF, em tais circunstâncias o presidente não poderia ter sido condenado.
Gilmar conta à reportagem que estava em Portugal no 8 de Janeiro e diz que esperava uma escalada dos protestos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro até a posse de Lula, e não depois. "A surpresa foi que algo assim pudesse acontecer após a transição de poder e não ter sido evitado", diz.
Ele pondera que uma das conclusões a que chegou após o 8 de Janeiro é que não se pode permitir o enfraquecimento do sistema político. "Não podemos evitar a democracia. E a democracia consiste em partidos e políticos", afirma.
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