A CGU (Controladoria-Geral da União) aplicou multa de R$ 170,2 milhões à JBS por pagamento indevido a um auditor fiscal do Ministério da Agricultura responsável por um frigorífico da empresa em Mozarlândia (GO). A propina tinha como objetivo agilizar a liberação de créditos tributários.
A sanção é resultado de um PAR (Processo Administrativo de Responsabilização) aberto para investigar depósitos feitos pela JBS na conta do auditor entre 2012 e 2017.
Na época, os irmãos Joesley e Wesley Batista integravam o conselho de administração da companhia —eles se afastaram em 2017 e retornaram neste ano.
Segundo fontes da CGU, a JBS transferiu R$ 381.500 ao servidor, em depósitos mensais. A investigação teve origem em informações obtidas na Operação Conduta de Risco, deflagrada pela Polícia Federal em Goiás, que tinha como objetivo apurar o pagamento de R$ 160 milhões para acelerar a liberação de R$ 2 bilhões em créditos tributários à empresa.
No inquérito foi levantado o sigilo bancário do auditor, com a identificação dos depósitos feitos pela JBS e por seus empregados.
Em nota, a JBS afirma que cabe recurso à decisão. "Os pagamentos efetuados dizem respeito a horas extras, e ocorreram de acordo com art. 102, item 18 do Decreto 30691/1952, que vigorou até 2017."
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