Siga a folha

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Descrição de chapéu PL Antiaborto por Estupro

Médicos dizem que versão citada por autor de PL antiaborto em projeto é mentirosa

Sóstenes Cavalcante relata caso de uma menina capixaba estuprada; envolvidos contestam versão

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Dois médicos citados pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) na justificativa que acompanha o PL do Antiaborto por Estupro dizem que o parlamentar apresentou uma versão fantasiosa para um caso rumoroso de aborto em uma menina capixaba estuprada, em 2020.

Na época, a garota de 10 anos de idade teve o procedimento cirúrgico no seu estado negado, e foi transferida para Recife (PE), onde ele foi realizado.

Segundo o relato de Cavalcante usado como exemplo para justificar o projeto, o aborto em Pernambuco teria sido negado pela equipe de plantão do Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros (Cisam), e acabou sendo feito diretamente pelo diretor da unidade, Olímpio Barbosa de Moraes Filho.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) durante sessão na Câmara - Agência Brasil

"Para a surpresa dos que haviam organizado a transferência, os médicos dos diversos plantões do serviço de aborto do Cisam também se recusaram a realizar o procedimento, devido ao estado avançado da gravidez", diz o parlamentar. A garota estava grávida de 23 semanas.

Ainda segundo essa versão, "o dr. Olímpio de Moraes, então, dirigiu-se pessoalmente ao Cisam e, tomando a si a menina para exame, aplicou uma injeção de cloreto de potássio no coração do nascituro, causando-lhe morte instantânea por assistolia".

"Em seguida, disse aos colegas: ‘O concepto já está morto. Não há mais o que discutir. Podem realizar o aborto’", acrescenta o parlamentar.

Militantes pró-direitos das mulheres protestam diante do STF após episódio envolvendo aborto de menina de 10 anos estuprada pelo tio e acossada por militantes religiosos - Folhapress

Em contato com o Painel, o médico afirma que versão é mentirosa, e que o aborto foi feito pela equipe do hospital. "Não fui eu que fiz o procedimento, foram os plantonistas. E não houve resistência da equipe", disse.

Ele também afirma que nunca disse a frase citada. "Eu era diretor da maternidade, não plantonista, e não faço procedimentos. Cuido da gestão do hospital".

Também citado pelo deputado, o então secretário de saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, que negociou a transferência da criança, também contesta a versão. Ele diz que não foi providenciado um jato particular para fazer a viagem, como dito por Cavalcante, mas um avião de carreira.

Procurado pelo Painel, o deputado não se manifestou até a publicação deste texto.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas