Siga a folha

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Após fala de Bolsonaro, OAB e procuradores publicam nota contra trabalho infantil

Presidente fez declaração favorável ao trabalho precoce na quinta (4)

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A OAB, o Ministério Público do Trabalho e outras três associações assinaram nota conjunta nesta sexta-feira (5) em alerta aos riscos do trabalho infantil. O comunicado vem um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro usar suas redes sociais para defender a prática

Os procuradores ressaltam que o combate ao trabalho infantil é meta prioritária do Estado brasileiro perante os cidadãos e à comunidade internacional desde a Constituição de 1988.

Presidente Jair Bolsonaro; ele defendeu trabalho infantil em transmissão pela internet na quinta-feira (4) - Adriano Machado/Reuters

"Estudos e estatísticas diversos mostram o quão nocivo o trabalho infantil é para a infância e para a adolescência", diz a nota, acrescentando a possibilidade de acidentes, adoecimentos, mutilações e mortes.

O comunicado ainda cita a relação entre trabalho precoce e o baixo rendimento escolar, a evasão e a "inversão de papéis com consequências diversas, como uso de drogas, alcoolismo, gravidez precoce e violência".

Em transmissão nas redes, Bolsonaro disse na quinta que "trabalhando com nove, dez anos de idade na fazenda, eu não fui prejudicado em nada. Quando um moleque de nove, dez anos vai trabalhar em algum lugar, tá cheio de gente aí 'trabalho escravo, não sei o quê, trabalho infantil'. Agora, quando tá fumando um paralelepípedo de crack, ninguém fala nada", comentou o presidente em tom de "confissão".

Os procuradores escreveram nesta sexta que "o fato de haver exemplos de pessoas que foram submetidas a tais práticas sem consequências não elimina constatação empírica de que o trabalho antes da idade permitida traz prejuízos".

Também assinaram a nota a ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho), a Abrat, dos advogados trabalhistas, e o FNPETI (Fórum Nacional de Precenção e Erradicação do Trabalho Infantil).

O trabalho precoce consiste em todas as formas de trabalho que são proibidas a crianças e adolescentes.

A proibição está no artigo 7º, inciso XXXIII, da Constituição, e determina que não é permitido trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas