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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Estímulo fiscal gera polêmica entre economistas

Carta do Ibre-FGV, que cita Samuel Pessôa e impulso fiscal, causou reação na internet

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São Paulo

Deu o que falar a carta de conjuntura do Ibre-FGV nesta semana, em que o economista e colunista da Folha Samuel Pessôa aparece defendendo que um impulso fiscal para o atual contexto da economia brasileira poderia até contribuir para melhorar a relação entre dívida pública e PIB.

É claro que a publicação faz ponderações e cita estudos, deixando claro que não se trata de uma guinada infundada de Pessôa. Mas levantou polêmica em comunidades de colegas na internet.

Oposição Laura Carvalho, também colunista da Folha, tuitou: “O Ibre-FGV fez uma carta de conjuntura defendendo, pasmem, que o estímulo fiscal é inevitável”. E completa, com ironia: “Antes tarde do que nunca”.

Timidez Igor Rocha, diretor de planejamento e economia da Abdib (associação de infraestrutura), diz ter achado positiva, mas envergonhada, a conclusão de Pessôa.

Samuel Pessôa, da FGV, em debate na Folha
O economista Samuel Pessôa, da FGV, em debate na Folha - Keiny Andrade/Folhapress

Braço cruzado A carta reitera que a observação do economista se dá em um contexto vago e incerto. Mas o documento é claro. “Ficar de braços cruzados esperando a economia decolar apenas por medidas do lado da oferta e redução da Selic arrisca a provocar pressões por pacotes de estímulo mal concebidos.”

Sensatez E completa que o meio-termo seria tentar um impulso fiscal moderado e pontual após a aprovação da reforma da Previdência, sem destoar do ajuste das contas públicas. Qual seria o estímulo? Quem sabe, reativar com força o Minha Casa, Minha Vida.

Humor Pessôa recebeu a repercussão nas redes com humor. “Como estamos em uma situação em que a diferença entre a taxa de juros e crescimento da economia é pequena, o custo fiscal de um certo ativismo fiscal é mais baixo.”

Leitura Para Paulo Nogueira Batista Jr., o debate econômico brasileiro está muito atrasado em relação ao internacional. “Coisas que parecem [surpreendentes] já são carne de vaca até no FMI. Fica essa coisa, como se fosse algo sensacional, mas na verdade é uma tentativa de retomar conceitos antigos e aplicar à realidade brasileira”, diz ele.

Passado “As pessoas estão se dando conta de que certo tipo de abordagem, já abandonada em países desenvolvidos, também não funciona no Brasil, que é a ideia de que se vai fazer reformas estruturais e aguardar o efeito confiança para que a economia se recupere. Essa ideia já foi testada e desmentida”, afirma Batista.

Divórcio A Pottencial, seguradora da concessionária Rodovias do Tietê, que administra 415 quilômetros de estradas em São Paulo, não quer renovar o contrato com a empresa.

Embate Nesta semana, a Tietê obteve liminar na Justiça para evitar o término da relação. Alega que a seguradora avisou da decisão pouco antes do prazo, sem dar maiores explicações.

Freio A juíza Paula Ferreri decidiu a favor da concessionária e solicitou que a seguradora preste o serviço por mais 90 dias. A Pottencial diz que vai recorrer.

Bolso A seguradora afirma que, entre suas motivações, levou em conta as finanças da Tietê —endividada em R$ 1,6 bilhão. Também diz não ter obrigação legal de cumprir uma espécie de aviso prévio.

Adiante A Tietê não comenta o caso judicial, mas diz que cumpre suas obrigações contratuais, “envidando todos os esforços no sentido de equalizar sua dívida ao seu fluxo de caixa, reafirmando seu compromisso com a segurança de todos os usuários”.

Ponte Joachim von Amsberg, vice-presidente do AIIB (Asian Infraestructure Investment Bank), foi convidado por Sergio Suchodolski, presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, para vir ao Brasil em setembro. A meta é visitar o Ministério da Economia. O Brasil é um dos membros fundadores do banco, que financia infraestrutura na Ásia.

Negócios Em encontro do Fórum Econômico Mundial, que aconteceu na China, nesta semana, Suchodolski manifestou a Amsberg interesse de colocar o banco mineiro como parceiro da instituição chinesa no Brasil. Amsberg já foi economista-chefe do Banco Mundial para o Brasil.

Teoria e prática Apesar da badalação, o uso de blockchain ainda engatinha na indústria, segundo a ABDI (agência de desenvolvimento industrial), que consultou 318 empresas. Menos de 3% dizem já ter adotado a tecnologia.

Com Igor Utsumi e Paula Soprana

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