Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Construção volta a projetar alta de 4% para 2021 após revisão para baixo
Em abril, setor apostou em avanço de 2,5% por causa da alta no preço dos insumos
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A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) voltou a apostar no crescimento de 4% no PIB do setor para 2021, previsto no início do ano. Em abril, a entidade havia baixado a projeção para 2,5% por causa da alta dos insumos.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, diz que a nova revisão foi puxada pela alta procura de imóveis, com perspectiva de avanço nos lançamentos para a faixa de mercado de maior renda.
A melhora nas atividades da construção no segundo trimestre também influenciou. O índice, de 48,6 pontos, é o mais alto para o período desde 2012, de acordo com levantamento que a entidade vai divulgar nesta segunda (26).
Em junho, o desempenho chegou ao maior patamar desde setembro de 2020, seguindo um crescimento observado desde abril.
Mesmo com as projeções positivas, a falta e o alto preço da matéria-prima seguem preocupando o setor. O problema foi enfrentado por 55% dos empresários nos últimos três meses.
“Apesar de todos os problemas, chegaremos aos 4%. Se não estivéssemos travados, passaríamos de 6%”, diz Martins, que reclama das barreiras do país para trazer insumos do exterior.
No início do mês, cerca de 140 incorporadoras de oito estados trouxeram 20 mil toneladas de aço da Turquia. Mas Martins diz que a quantidade é pequena diante das 9 milhões de toneladas consumidas pelo setor nos anos anteriores.
Com Mariana Grazini e Andressa Motter
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