Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Massa de ar polar rara pode atingir o Brasil com geada na próxima semana
Frio rigoroso prejudica agricultura em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, e região Sul
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma nova massa de frio de origem polar deve ingressar no Brasil na próxima semana trazendo uma terceira onda de geadas no ano. É algo raro, que pode provocar uma quebra de safra grave e atingir culturas de milho, cana, trigo e café. O frio preocupa porque as perdas da geada da semana passada ainda não foram completamente mensuradas. Áreas de maior altitude podem registrar máximas negativas, chegando a -10º C em algumas cidades de serra no Sul, segundo a MetSul Meteorologia.
A temperatura deve ficar negativa ou próxima de zero na maior parte dos municípios no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. O frio também deve chegar a São Paulo.
Felippe Reis, da empresa de análises Geosys, diz que pode haver geada em regiões do Paraná e do sudeste de São Paulo e do Mato Grosso com impactos maiores sobre o milho que ainda falta ser colhido. "As geadas também podem danificar o trigo, que foi plantado no Paraná e está quase terminado no Rio Grande do Sul, mas em intensidade menor porque está no início do ciclo", diz.
Segundo Reis, a cana pode sofrer mais nas regiões norte do Paraná e em São Paulo, depois do estrago das geadas do fim de junho e desta semana. A cafeicultura do sul de Minas Gerais também pode ser atingida.
Situações de temperatura semelhantes ao que se prevê agora levam alguns anos para acontecer. Segundo a MetSul, a probabilidade de nevar nas áreas de maior altitude do Sul é alta, mas a previsão pode mudar até a chegada da frente fria.
Marcos Jank, professor do Insper, diz que a segunda geada, neste mês, assustou mais que a primeira, porque atingiu hortifrutis, além das commodities. "Se vier uma terceira neste ano, será surpreendente. Ninguém vai poder dizer que não existe mudança do clima", afirma.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters