Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
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Atingidos pela inflação dos alimentos, os restaurantes têm mudado os cardápios e repassado os preços aos clientes.
Nas redes Lanchão, Old Dog e X Picanha, que têm 60 lojas em quatro estados, estão programados um ou dois aumentos por ano, mas em 2021 já foram feitos quatro. E um novo repasse está previsto para outubro ou novembro, segundo o dono dos restaurantes, Roger Domingues.
“Está totalmente fora da realidade, mas os preços não param de subir”, diz.
No JapaUm Sushi, a proteína é o principal problema. Neste ano, o salmão passou de R$ 34 para R$ 51,90 o quilo, diz o dono da casa, João Lessa. O aumento no preço da gasolina também preocupa, e já deixou o frete mais caro para os clientes.
Segundo ele, se o restaurante repassar aos consumidores todo o reajuste dos insumos, vai inviabilizar as vendas.
“Hoje, a solução é fazer equilíbrio, não só de reajuste de preços, mas também de redução de custos e de tamanho de produto”, diz Lessa.
Já o restaurante Cachorro Magro Costelaria, de Campinas, que abriu as portas há pouco tempo, está preocupado em perder clientela se repassar os preços.
“Depois da onda de frio no estado de São Paulo, a gente teve o aumento de alguns produtos, como tomate, abobrinha e berinjela. Aumentaram muito e continuam bastante caros. Esse é um problema maior do que a proteína”, diz o sócio Emerson Donadon.
No Rancho Colonial Grill, os repasses são feitos gradualmente. De junho até agora, foram de 15%, mas um novo aumento de 10% seria urgente, segundo o proprietário Sérgio de Simone.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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