Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
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A Serasa Experian registrou o início de uma recuperação no fôlego das empresas para colocar as contas em dia depois do período mais turbulento da pandemia. Até julho, mais de 49% das dívidas foram pagas em até 60 dias após a negativação, ante 46% no mesmo período de 2020.
O setor de utilities, que reúne serviços como água, gás e energia, saiu na frente com um índice de 60,5% de valores recuperados. Depois, aparecem bancos e cartões (50,6%) e varejo (50%), segundo a Serasa. Hoje, cerca de 5,8 milhões de empresas estão inadimplentes, número que tem se mantido estável.
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o respiro está relacionado à reabertura da economia e aos recursos destinados a micro e pequenas empresas, como o Pronampe. O movimento de fim de ano, com 13º salário, vendas de Natal e contratações temporárias, também devem colaborar.
No entanto, na avaliação de Rabi, será difícil manter o ritmo de recuperação, principalmente a partir do ano que vem, por causa do cenário econômico deteriorado e da alta nos juros.
"A taxa de juros é um componente importante, tanto da inadimplência quanto da performance da empresa para conseguir honrar ou renegociar uma dívida que está atrasada", diz.
Segundo o economista, os setores que dependem do crédito para vender seus produtos, como automotivo e imobiliário, devem ter mais dificuldade para pagar suas dívidas. Já aqueles ligados à exportação e ao consumo de itens básicos, como supermercados, devem ser menos prejudicados.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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