Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
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Depois do choque da pandemia, que fechou os salões de beleza, o setor agora lamenta os efeitos da inflação, que já começa a espantar a clientela.
José Augusto Santos, presidente da ABSB (Associação Brasileira de Salões de Beleza), diz que os clientes reduziram a frequência ou migraram para estabelecimentos com preço mais baixo.
Além do aumento no aluguel e na energia elétrica, ele se queixa dos produtos como tintas e pós descolorantes, que são fabricados com matérias-primas importadas.
"Os salões não conseguem repassar esses custos para os consumidores. Alguns aumentaram os preços, mas repassaram somente uma parte disso para, justamente, tentar manter os clientes. É lei da oferta e da procura. Se você está com pouca demanda e precisa aumentar a venda, você acaba fazendo promoções ou segurando preços", diz Santos.
Segundo levantamento feito pela ABSB em março, mais de 40% em um grupo de 80 estabelecimentos ainda não conseguiram reajustar os preços em 2022. Naqueles que mudaram a tabela, os aumentos ficaram na casa de 8%, diz Santos.
Ele afirma que alguns salões ainda estão com um faturamento 35% inferior ao registrado em 2019, antes de a Covid chegar ao Brasil.
Joana Cunha com Andressa Motter
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