Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Hospitais choram por leite derramado, dizem enfermeiros sobre novo piso
Segundo a categoria, setor deveria pressionar Congresso para aprovar fontes de custeio
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Em meio à pressão que o setor de saúde vem fazendo contra o novo piso salarial da enfermagem, o SEESP (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo) afirma que os hospitais deveriam ter se preparado.
"Em vez de ficarem atacando os trabalhadores da enfermagem, que é quem gira o dinheiro nos hospitais privados e filantrópicos, eles deveriam estar negociando com o senador Rodrigo Pacheco e com os deputados para aprovar o mais rápido possível as fontes para ter financiamento e ajudar a custear a aprovação do piso salarial. Jogar nas costas do trabalhador é muito fácil", afirma Solange Caetano, secretária-geral do SEESP.
Segundo ela, a reivindicação por um novo piso já é antiga, e os hospitais tiveram tempo para se preparar, mas acreditaram que a lei não passaria.
Caetano afirma que há projetos tramitando no Congresso que poderiam ser uma alternativa, como o PLP 205/2021, para incluir o setor entre os beneficiados na desoneração da folha de pagamento, e o PL 840/22, que aumenta a taxação sobre minérios e destina verbas à saúde.
Essas podem ser a saída para os hospitais privados de pequeno porte, instituições filantrópicas e Santas Casas, segundo Caetano.
"A iniciativa de cobrar isso do parlamento é principalmente dessas instituições, que, em vez de ficar chorando o leite derramado, tinham que ir lá e fazer o mesmo que nós fizemos: lutar, mobilizar, fazer lobby com os deputados e senadores", diz.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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