Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

Hamas com selo acadêmico

Terroristas já venceram a narrativa da guerra

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Cerca de 60 professores de jornalismo de universidade americanas resolveram contestar a reportagem publicada pelo The New York Times sobre os estupros cometidos pelos terroristas do Hamas. Eles querem uma revisão do processo de reportagem e de edição, que teve entre os responsáveis um vencedor do Pulitzer, especialista em cobertura de conflitos e de direitos humanos.

Os docentes se basearam num texto de um site que fez um esforço hercúleo para tentar desmontar a tese de "estupro como arma de guerra", mas atingiu uma façanha ainda maior do que apenas alegar que, veja bem, pode ter havido, quem sabe, violência sexual, mas não foi organizada. Posso imaginar num futuro não tão distópico acusados de estupro coletivo alegarem que não tinham combinado o crime previamente. O artigo, muito zeloso pelas boas condutas do jornalismo, manipula o leitor desatento de tal forma que há quem defenda que tudo não passa de mentira.

Veículos e ativistas de esquerda estão numa cruzada para negar os horrores do 7 de Outubro e oficializar o Hamas como combatentes pela liberdade, uma força de resistência legítima. A diligência é diametralmente oposta ao que o jornalismo deveria se dedicar, apurar os relatos de testemunha e vítimas. Mais fácil açoitar em praça pública uma das repórteres. Israelense, portanto, mentirosa a serviço do sionismo.

Levantar o derrièrre da cadeira e investigar a violência contra mulheres, evidente desde que circulou a imagem de Shani Louk, nua e destroçada numa caçamba, ninguém quer. Para uma parcela da esquerda que defende que "palavras machucam", as imagens de mulheres mortas, violentadas, com as calças borradas de sangue, os relatos das vítimas do Pogrom ou daquelas que voltaram do cativeiro precisam ter a apuração que eles consideram ideal. Israel está lambuzada em sangue palestino, mas o Hamas já venceu essa narrativa. E com selo acadêmico.

Homenagem a Shani Nicole Louk em Tel Aviv - Ammar Awad/Reuters

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