Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Funcionários do BNDES pedem apuração após presidente do banco dizer que dar R$ 1 bi a empresas atrai voto
Banco afirma que fala de Gustavo Montezano foi tirada do contexto; veja vídeo
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A AFBNDES (Associação de funcionários do BNDES) levou à Comissão de Ética Pública da Presidência da República uma denúncia contra o presidente do banco, Gustavo Montezano, por causa de uma fala do executivo em um evento do BTG em agosto.
"A classe política entendeu que, em vez de dar R$ 10 bilhões para uma empresa grande e ficar com o subsídio para ela mesma, você pode dar R$ 1 bilhão para mil empresas pequenas. É mais desenvolvimento social, mais desenvolvimento econômico e mais voto no final do dia", afirmou Montezano na ocasião.
O trecho destacado acontece aos 34 minutos do vídeo a seguir:
Na denúncia, os funcionários apontam infração ética do presidente. Segundo eles, a fala de Montezano aponta que as políticas do banco para o setor teriam objetivo essencialmente eleitoral e de manipulação da máquina, ferindo o código de conduta da administração federal.
Os funcionários pedem a abertura de um processo de apuração e, se comprovadas as intenções de Montezano, sua demissão.
Procurado pelo Painel S.A., o BNDES diz, em nota, que a fala de Montezano foi retirada do contexto para oferecer conotação eleitoral e que a associação política apontada pelos funcionários não faz sentido.
O banco também afirma que essa é uma analogia recorrente do presidente para explicar os efeitos positivos de programas que democratizam o acesso ao crédito e que foram percebidos pelos políticos como uma política pública eficiente.
A fala de Montezano, que é próximo da família Bolsonaro e trabalhou no Ministério da Economia antes de ser indicado para o BNDES, veio no contexto em que ele dizia que o banco estava preparando uma nova rodada do Peac (Programa Emergencial de Acesso a Crédito).
O programa foi lançado em 2020 com o repasse de linhas de crédito disponibilizadas por instituições financeiras para apoiar pequenas e médias empresas durante o fechamento do comércio pela pandemia.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters