Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Fusões e aquisições devem manter ritmo sem grandes saltos, dizem especialistas
Previsões apontam tendência de consolidação nos negócios do varejo
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As expectativas no mercado de fusões e aquisições seguem sem grandes saltos neste ano, diante dos juros mais altos e a virada de governo no Brasil, que costuma levar cautela ao investidor. Mas 2023 deve reforçar tendências.
Para João Pedro Viola, diretor-executivo de assessoria financeira da Alvarez & Marsal, além dos negócios ligados ao ESG, especialmente energias renováveis, que devem manter o aquecimento, ele ainda espera consolidação setorial entre provedores de internet e no varejo.
"Eu destacaria o varejo em um movimento mais defensivo. É um setor que está vivendo transformação estrutural com a questão de omnichanel combinado com impactos de pandemia e juro mais alto", diz Viola. Ele ressalva que a consolidação na área é anterior à crise da Americanas.
Felipe Argemi, CEO da Santis, prevê um ano complicado para o mercado de aquisições, com patamares de transação e volume negociado próximos de 2022.
Para ele, o caso Americanas vai pesar pouco nas negociações de compra em andamento. "Sai um grande player que não era ativo em M&A [fusões e aquisições]. Fizeram aquisições em 2015, junção com B2W e hortifruti. A AME, de soluções digitais, estava fazendo aquisições em tecnologia, mas é um setor muito grande, e eles não fazem diferença. O dano para as operações no varejo será marginal", diz Argemi.
Segundo relatório da assessoria financeira RGS Partners, foram 49 operações envolvendo empresas do setor de consumo e varejo no ano passado, ante 47 em 2021. A empresa aponta destaques nos segmentos de cosméticos, que também supera o total de 2021, e de alimentos e bebidas, que teve o mesmo volume de operações.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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