Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Ministro da Defesa tenta evitar falência de empresa bélica nacional
Em recuperação judicial, Avibras pediu socorro ao governo; parceria com Emirados Árabes Unidos surge como salvação
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Pela terceira vez desde sua fundação, a Avibrás, fabricante nacional de mísseis, tenta sair das dívidas e não fechar as portas. Para isso, os diretores da companhia se encontram com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, nesta semana, em busca de ajuda do governo.
Em recuperação judicial com uma dívida de R$ 570 milhões, a empresa quer que o ministro interfira junto ao governo dos Emirados Árabes Unidos para que consiga novos contratos e, assim, gerar receitas.
O país árabe possui um programa de incentivos para atrair empresas estrangeiras do ramo de defesa.
Pessoas que participam das conversas afirmam que a intenção da Avibras é "pegar carona" na recente parceria da brasileira Akaer com os árabes do Edge Group —estatal formada por 24 empresas de defesa.
Essa parceria prevê o desenvolvimento de espoletas de laser e sistemas de orientação de mísseis em aeronaves.
Assessores de Lula afirmam que o governo quer ajudar a empresa a encontrar uma saída.
Além da sociedade com outras empresas, como a Akaer, outra saída seria atrair investimentos.
Foi descartada, no entanto, uma ajuda financeira por parte do governo federal. A empresa é privada e o BNDES é um de seus credores.
O papel do governo, neste caso, seria apenas atuar como um facilitador dos negócios.
Conforme mostrou a Folha, o Edge Group está em processo de instalação das operações no Brasil. O ex-secretário de Produtos de Defesa, Marcos Degaut —conhecido no governo anterior como o homem de Bolsonaro nos Emirados—, é um dos responsáveis pelo desembarque.
Com Diego Felix
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