Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Em reunião do Brics, banco russo defende comitê único para transição energética
Executivo do estatal Sberbank quer padrões comuns para financiamentos de US$ 8 trilhões destinados a projetos verdes
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O vice-presidente do conselho executivo do Sberbank, Alexander Vedyakhin, quer que os países do Brics concentrem as discussões da transição energética em um único conselho do bloco para que decidam onde investir os cerca de US$ 8 trilhões estimados para a adaptação das economias para um modelo mais sustentável.
O Brics é um grupo de países emergentes, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, a África do Sul passou a integrar o grupo e, em 2023, foi confirmada a entrada de seis novos membros: Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia.
Conhecido como Sber, o Sberbank é a maior instituição da Rússia e tem o Banco Central como maior acionista (60% de participação).
Vedyakhin detalhou sua proposta em um workshop sobre finanças para o desenvolvimento sustentável, realizado pelo Banco Central da Rússia para os bancos centrais dos países do Brics.
Para o executivo, o primeiro passo para o avanço da agenda verde seria a uniformização da taxonomia termos usados hoje em dia para descrever sistemas e modos de produção da transição energética.
Sem isso, fica difícil para um banco comparar projetos na hora de conceder financiamentos, por exemplo.
Existem, por exemplo, diferenças nos modelos de geração de créditos de carbono e até de compensações de emissões de poluentes. Um passo seria sincronizá-los para que possa haver harmonia nas métricas adotadas pelos Brics.
O assunto foi discutido em um workshop sobre finanças para o desenvolvimento sustentável, realizado pelo Banco da Rússia para os bancos centrais dos países do Brics há dez dias. Neste ano, a Rússia preside os encontros.
Desde 2020, o Brics superou o G7 em sua contribuição para o crescimento econômico global. O FMI prevê que, em 2027, os países do Brics representarão 37% do PIB global em paridade de poder de compra, ante 28% do G7.
Em contrapartida, mais de 45% das emissões globais de gases de efeito estufa são produzidas pelo Brics.
Vedyakhin considera que caberá ao Conselho Climático do Brics a função de órgão centralizador para reverter essa situação.
"A tarefa principal é criar um centro de coordenação para práticas, soluções, padrões e expertise. Enfatizaria o papel especial dos bancos centrais e reguladores, pois seu apoio é importante para criar uma taxonomia comum de desenvolvimento sustentável em todo o espaço do Brics", disse na reunião.
O Sber informa que, em 2023, dobrou a carteira de finanças responsáveis, ultrapassando US$ 30 bilhões, e espera um crescimento de 40% até 2026.
Com Diego Felix
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