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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Sem dinheiro das bets, CBF cogita mudar regras de campeonatos

Entidade tentou ficar com 5% das apostas esportivas e, agora, quer que times destinem parte de suas receitas com bets

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Brasília e São Paulo

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) cogita mudar as regras gerais dos campeonatos para obrigar os clubes a contribuírem com parte das receitas recebidas das casas de apostas.

A iniciativa é uma reação à tentativa frustrada da entidade junto ao governo para ficar com parte da arrecadação das bets, negócio recentemente regulamentado no país.

O presidente da CBF Ednaldo Rodrigues (centro), ao lado do presidente Lula (dir.) e ministro do Esporte, André Fufuca (esq.) - Folhapress

Segundo pessoas que participaram das negociações, a CBF exigia, inicialmente, ficar com 5% da arrecadação bruta das bets com apostas geradas pelo futebol no país, dividindo com o governo a arrecadação.

Diante da negativa, a confederação agora pretende mudar as regras dos campeonatos para que parte dos recursos recebidos pelos clubes com as casas de apostas financie ações mantidas pela entidade para coibir manipulação de resultados nas partidas.

No governo, a entidade disse que esse programa vai girar em torno de US$ 15 milhões por ano, o equivalente a R$ 82 milhões na cotação desta terça (27).

Os times consultados são contrários à cobrança por considerarem que essa é uma missão que compete à própria CBF.

Antecedentes

A equipe econômica vetou o pleito inicial da CBF, que tentou forçar a negociação junto ao Palácio do Planalto e ao Ministério do Esporte.

A confederação considerava que o futebol responde por praticamente a totalidade das apostas esportivas e, por isso, queria concentrar os recursos para, depois, repassá-los aos clubes, da mesma forma como ocorrerá com o Comitê Olímpico.

No entanto, os clubes se opuseram, afirmando tratar-se de uma negociação privada.

Além disso, eles argumentaram junto ao Ministério da Fazenda que a CBF já recebe uma cota referente às apostas feitas em jogos promovidos pela entidade. Disseram ainda que ela também recebe de apostas no Brasil envolvendo partidas de times de futebol estrangeiros.

Ainda segundo relatos, a entidade queria ainda que a Fazenda deixasse explícito na legislação que esses recursos são privados, forma de escapar da fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União), o que foi negado.

A exemplo das loterias, os recursos são destinados ao fomento do esporte e de ações ligadas a políticas públicas, na área de saúde e educação.

Consultada, a CBF não respondeu até a publicação desta reportagem.

Com Diego Felix

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