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Betty Milan é escritora e psicanalista, membro da Academia Paulista de Letras, autora entre outros de "Paris Não Acaba Nunca"

Renoir e a parisiense

Vestuário está entre os valores culturais da França e, também por isso, Paris é uma das capitais da moda

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A primeira pintura sobre a parisiense foi feita por Renoir. O quadro "A Parisiense", um dos sete apresentados por Renoir em 1874, na exposição impressionista, mostra uma jovem vestida de azul. Com o rosto voltado para o espectador, ela coloca as luvas. Por ter sido pintada sobre um fundo cinza, parece flutuar.

O quadro é do século XIX, mas pode-se considerar que a parisiense se origina no reinado de Luis XIV, amante do fausto e do belo sexo. Além das rainhas, ele teve seis amantes —seis filhos legítimos, 16 filhos bastardos enobrecidos e 30 não reconhecidos. As mulheres da corte se vestiam com veludo e seda, não podiam repetir a roupa e deviam brilhar.

Visitante fotografa quadro "A Parisiense", de Pierre-Auguste Renoir, no Museu de Orsay, em Paris - AFP

No apogeu da sua glória, Luis XIV construiu em Versalhes a Galeria dos Espelhos com 73 metros de comprimento e 17 enormes janelas na frente de 357 espelhos. São janelas que a luz do dia atravessa iluminando esculturas e pinturas e se refletindo nos espelhos.

Podia quem integrava a corte do rei e se apresentava nas festas da Galeria dos Espelhos ignorar a sua aparência? Além de criar este espaço, Luis XIV mandou construir em Paris um trajeto especial para a bela passear e ser admirada, ele exaltou a beleza feminina.

A parisiense é o produto de uma cultura que valoriza a elegância, desde os tempos da monarquia. O vestuário está entre os valores culturais da França e, também por isso, Paris é uma das capitais da moda, além de produzir alta-costura. De diferentes maneiras, pela presença contínua do espelho —nas fachadas, nos bares e nos restaurantes— a cidade convida o transeunte a se olhar.

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