Siga a folha

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

Ao presidente eleito Lula

O senhor volta ao Planalto num país que precisa de respostas bem diferentes de 20 anos atrás

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Presidente, eu estive com o senhor por várias eleições, tentando pautar a política da favela. Em 1994, eu, Mano Brown, Lamartine, só para citar alguns. Em 1998, fui até o senhor, dessa vez na minha cidade, Fortaleza, e, em 2002, o senhor convidou MV Bill para compor o primeiro conselho da juventude, do qual eu era suplemente e Bill, por motivos de trabalho, não pôde compor e eu fiquei no seu lugar por duas gestões.

Sempre tentamos trazer novas inteligências e mostrar ao poder público o que se produziu de bom fora do aparato de Estado e que poderia inspirar as políticas públicas. Não acreditamos que as ONGs substituem governos, mas o bom gestor é o que persegue bons resultados quando dirige a máquina, ouve a sociedade e incorpora o que ela demanda. Gestores passam, a política pública fica, por isso lutamos por políticas de Estado, não de governos ou de partidos. O senhor foi sindicalista e sabe a importância de políticas sustentáveis independentemente de gestores.

Nos anos seguintes, ganhamos importância a ponto de realizarmos em nossa sede encontro com os presidenciáveis, e levamos o senhor à quadra da escola de samba de Jacarepaguá, na Cidade de Deus. Para o senhor ouvir a favela, desta vez no seu habitat natural.

O advogado Sílvio Almeida, nomeado para o Ministério dos Direitos Humanos, fala com jornalistas no CCBB, Em Brasília - Pedro Ladeira - 8.dez.22/Folhapress

Levamos outros presidenciáveis a nossa sede central no viaduto de Madureira, para apresentar a pesquisa sobre um País Chamado Favela, o primeiro diagnóstico econômico das favelas após seus governos.

Ao receber o relatório de transição e apresentar uma leva de ministros --alguns que nos animaram, como Margareth Menezes, Anielle Franco e Sílvio Almeida--, o senhor disse que não precisava de tapinha nas costas, e sabe bem que nós pensamos assim. Por vezes alertamos o governo do aumento da criminalidade entre crianças e adolescentes e, quando o crack estava tomando o Brasil, apresentamos um plano de prevenção.

O senhor volta ao Palácio do Planalto num país polarizado que precisa de respostas sociais e econômicas bem diferentes de 20 anos atrás.

Ontem, o chef Edson do Gastronomia Periferia, um jovem do jardim São Luiz, na zona sul de São Paulo, falou para milhões sobre a fome que assola os lares. Mesmo com o Bolsa Família voltando e a grana para as crianças, pensamos ser importante manter uma campanha emergencial para garantir as refeições de milhões de brasileiros.

Já levamos ao ministro Fernando Haddad a sugestão de recriação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. E sugerimos a criação da Secretaria das Favelas, para colaborar com as políticas públicas a partir desses territórios.

Um feliz ano novo para o senhor e o vice-presidente Geraldo Alckmin, desejando êxito e torcendo sempre pelo nosso país. Lembranças das favelas.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas