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Doutora em economia, consultora de impacto social e pesquisadora do FGV EESP CLEAR, que auxilia os governos do Brasil e da África lusófona na agenda de monitoramento e avaliação de políticas

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Reconhecimento não deve ser só para as melhores escolas

Instituições que ensinam em situações adversas merecem valorização

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Quem não gosta de ter seu trabalho e seus esforços reconhecidos? Quando resultados excelentes são alcançados, é natural que haja uma expectativa de retorno. Também é comum, por parte de gestores, pensar em estratégias para motivar as pessoas a perseguirem a excelência. No âmbito da educação, buscar melhores resultados por meio de incentivos é um caminho adotado em muitos lugares.

Em entrevista a O Estado de S. Paulo, o ministro da Educação, Camilo Santana, sinaliza que pretende trazer esse incentivo para a escala nacional, por meio de uma premiação para escolas e estudantes com melhores desempenhos no Enem. O ministro chamou o prêmio de "Oscar da Educação", informando que deseja implementá-lo a partir do Enem deste ano.

Várias redes no país já utilizam estratégias semelhantes para engajar professores e gestores escolares na busca de melhores resultados de seus estudantes. São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco são alguns exemplos. No Ceará, o Prêmio Escola Nota 10 premia anualmente escolas os melhores desempenho do ensino fundamental. Já na rede municipal do Recife são premiadas não só as escolas com melhores resultados como aquelas com maiores crescimentos no indicador de desenvolvimento utilizado.

Alunas da Escola Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal (CE), participam de oficina de arte-terapia - Divulgação

Algo comum à maioria dessas iniciativas é a realização de um grande evento para homenagear os vencedores, o que o ministro mencionou que também faria em seu Oscar, com a presença do presidente Lula. O objetivo é criar um ambiente de valorização dos profissionais que atingem resultados excelentes.
Mas e quem fica de fora dessa premiação? Como gerar incentivos para que todos busquem melhores resultados, não apenas as escolas que já estão no topo da distribuição?

Nesse sentido, o programa do Ceará traz um diferencial: as escolas com os piores resultados também são contempladas, por meio de recurso financeiro e tutoria entre pares para seus gestores. Avaliações encontraram efeitos positivos no desempenho dessas escolas, mas quem já estava entre as melhores não necessariamente melhora mais.

Em muitos casos, as escolas premiadas estavam localizadas em municípios com melhores indicadores socioeconômicos, de forma que uma iniciativa que premia apenas os campeões traz como risco o aprofundamento da desigualdade. Um Oscar destinado a reconhecer o mérito de quem está no topo corre o mesmo risco.

O que daria mais orgulho seria ver reconhecido o trabalho de escolas e redes que conseguem fazer com que seus alunos aprendam bem, mesmo em situações adversas e independentemente de condições socioeconômicas. Esse seria um Oscar que gostaríamos de ver.

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