Siga a folha

Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Clássico desmente tese de que Jair Ventura tem só um estilo

Proposta ofensiva do time do Santos criou chances contra o Corinthians

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Lance durante partida do Campeonato Paulista entre Santos e Corinthians, no Pacaembu - Ivan Storti/Divulgação/Santos FC

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Jair Ventura sofre críticas por não ser o técnico de DNA mais ofensivo que o Santos já teve. Esqueça vê-lo dizendo que vai escalar a equipe com quatro atacantes. Mesmo quando escala. Ontem, foram Copete pela esquerda e Rodrygo pela direita. Mas com uma linha de quatro homens à frente de Alisson, bem atrás do atacante isolado, Sasha.

Não que Sasha fosse um centroavante.

Nem ele, nem Jadson e Rodriguinho, que compartilhavam o ataque do Corinthians.

Mas o Santos ofensivo criou chances contra o Corinthians. Depois de vencer o Palmeiras e empatar com o Millonarios, o Corinthians tinha mais posse de bola e menos chances de gol. Rodrygo cabeceou aos 11 minutos e Copete teve oportunidade aos 16.

Só que, aos 19, Renê Júnior acertou um lindo chute da intermediária. Venceu Vanderlei, que poderia ter chegado na bola.

Até ali, o Corinthians tinha mais posse de bola.

Depois disso, menos.

Claramente, mudou o estilo. 

Duas linhas de quatro homens marcando, com Fágner, Balbuena, Henrique e Maycon na defesa, Romero, Gabriel, Renê Júnior e Clayson na metade do campo.

Não que não houvesse oportunidades. Foram seis finalizações no alvo para cada lado.

A questão é que o Santos levou 1 x 0 e voltou para o segundo tempo mais incisivo. Acusa-se Jair Ventura de ser técnico de apenas um estilo. O clássico do Pacaembu desmentiu.

O Santos de Jair não esperou o Corinthians, especialmente no segundo tempo. Teve 53% de posse de bola, 15 finalizações, seis no alvo.

Foi prejudicado pela chuva, que causou a queda de energia, quando o Santos estava melhor e controlava o Corinthians. Quando voltou, o time de Carille reagiu e criou boas chances. Só que as alterações de Jair Ventura foram boas. Vítor Bueno participou da jogada do gol, Diego Vítor marcou.

No fim, empate por 1 x 1.

Se fosse para haver um vencedor, seria o Santos.

Foi o clássico número 40 com torcida única. O resumo indica vantagem de quem tem a torcida. São 23 vitórias, sete empates, com o de ontem, e sete derrotas dos visitantes. 

Não é conclusivo, porque o retrospecto poderia ser parecido desde 2014, quando começou a haver clássicos paulistas cada um no seu estádio. Até as inaugurações dos estádios de Itaquera e Allianz Parque, era diferente.

À parte o desequilíbrio a favor dos mandantes, o Corinthians segue parecendo mais pronto. Tem uma equipe com um estilo próprio, definido. Suas duas linhas de quatro homens e escapadas com precisão nos passes.

Mas o Santos demonstrou que Jair Ventura pode escalar também um time que ataque. Jair às vezes é olhado com desconfiança, por montar equipes fortes defensivamente e tímidas no ataque.

No clássico do Pacaembu, o Santos foi ofensivo. Podia vencer.

Fora do estádio, segue o caos. Você pode ir ao jogo, sem risco. Mas houve briga a 42 quilômetros do Pacaembu. Há dois anos, a confusão existiu a 104 quilômetros, Valinhos, dia de Corinthians x São Paulo, em Itaquera. Se a torcida única dá 57% de vitórias dos mandantes, também mantém a percepção de que as brigas e mortes longe dos estádios seguem intactas. Não basta fechar os portões. Muito menos os olhos.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas