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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Atuar em mais de uma posição surpreende e muda o jogo

O Palmeiras campeão do primeiro turno é o time da polivalência e das perdas de ponto em casa

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A entrada de Gabriel Menino como meia-armador, substituindo a Raphael Veiga, simboliza o trabalho tático de Abel Ferreira.

O técnico português gosta da polivalência.

Menino poderia entrar como volante e adiantar Zé Rafael, ou ocupar a ponta direita e puxar Scarpa para a armação. Abel prefere ter mais jogadores com capacidade de jogar em múltiplas funções.

Gustavo Gomez comemora o primeiro gol do Palmeiras contra o Internacional - Carla Carniel/Reuters

Menino substituiu Raphael Veiga e jogou na sua função. Fez o gol da vitória.

Polivalência não é exclusividade do Palmeiras e nem sempre dá certo. Rogério Ceni perdeu Wellington, cansado, não tinha Reinaldo, machucado, pediu a Marcos Guilherme jogar como ala e o improviso cedeu o espaço para Pedro Junqueira cruzar para o gol de empate do Goiás, de Pedro Raul, aos 46 do segundo tempo.

Saber ocupar mais de uma posição é importante desde que Telê Santana jogava como ponta, às vezes como centroavante ou meia-direita. Mesmo que, de vez em quando, pareça fora de moda no Brasil. "Ele quer jogar só na extrema esquerda? Eu também estar a treinar o Liverpool." Lembra-se da resposta de Vítor Pereira sobre Roger Guedes?

O Palmeiras da polivalência é também das perdas de pontos em casa. O assistente João Martins contou, depois de vencer o São Paulo, no Morumbi, que Abel Ferreira perguntou aos jogadores o que é necessário para ganhar o Brasileiro: "Vencer em casa", ouviu. Dos 18 pontos perdidos pelo campeão do primeiro turno, dez foram no Allianz Parque.

Está diferente do plano original.

Mas a distância no final do primeiro turno é confortável. Não tanto quanto a do Corinthians 2017, a maior de todos os tempos, ao final da primeira metade do campeonato. Aquele time de Fábio Carille fez duas coisas inéditas: oito pontos de diferença para o vice-campeão do turno. É o time que mais jogou junto na história corintiana, empatado com o da Democracia Corinthiana: 13 vezes.

Era improvável que Cássio, Fágner, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô tivessem tanta facilidade naquele primeiro turno. Tão surpreendente quanto terem jogado o mesmo número de partidas, juntos, do que Solito, Alfinete, Mauro, Daniel González e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon; Ataliba, Casagrande e Biro-Biro.

Aqueles oito pontos de vantagem deram fôlego para um segundo tempo ruim, vencido pela Chapecoense. A lembrança dá ainda mais valor para esta campanha do Palmeiras, que analisa rodada a rodada o fôlego restante de um time preparado para alcançar o ápice físico em fevereiro, por causa do Mundial. Mesmo assim, suporta o alto nível pedido pela extenuante temporada brasileira.

No Allianz Parque, Mano Menezes substituiu melhor do que Abel Ferreira. O colorado trocou Wanderson por Alemão, algoz de Weverton no segundo tempo.

Abel colocou Menino como meia e sua presença na área valeu o gol da vitória. Por outro lado, tirar Raphael Veiga e Dudu, o melhor em campo, foi um risco num clássico que já se anunciava duríssimo.

Claro que Abel calcula a parte física. Perdeu Rony por um mês, porque esperou cinco minutos a mais para tirá-lo do jogo contra o Fortaleza. E, com todas as dificuldades, o Palmeiras venceu um jogo que pode ser decisivo no final da campanha.

A dor de Rogério

O São Paulo sofreu 41 finalizações, 19 no alvo e levou oito gols nos últimos três jogos do Brasileirão. Rogério lamenta o recorde de empates (11) e os gols fáceis sofridos. Claro que isto tem a ver com os desfalques e improvisações. Mas tem de melhorar rapidamente.

Subida brasileira

Raphinha foi o craque da vitória do Barcelona sobre o Real Madrid e eleva o nível de titularidades na Europa de protagonistas do Brasil na Copa. Não é só Neymar no PSG. Tem Vinicius Junior no Real Madrid, Raphinha no Barcelona, Gabriel Jesus no Arsenal.

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